O amor de Deus é o verdadeiro tesouro do ser humano - o Papa Francisco no Angelus
saudou os irmãos muçulmanos
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Foi uma
Praça com muitos peregrinos e repleta de sol que acolheu o Papa Francisco neste XIX
Domingo do Tempo Comum para a oração do Angelus.
O Santo Padre falou-nos hoje
do desejo do encontro definitivo com Cristo, "um desejo que nos faz estar sempre
prontos, com o espírito desperto, porque esperamos este encontro com todo o coração,
com tudo aquilo que somos. Este é um aspecto fundamental da vida cristã", disse
ainda o Papa Francisco.
Também este ensinamento de Jesus é importante ser visto
no contexto concreto e existencial em que foi transmitiu. Neste caso específico, o
evangelista Lucas mostra-nos que Jesus que está em caminho para Jerusalém com os seus
discípulos, dirigindo-se para a Páscoa. Uma Páscoa que como diz o Papa será de morte
e ressurreição. E, assim Jesus percorrendo o caminho com os seus discípulos "educa-os
confiando-lhes aquilo que Ele mesmo leva no coração, as atitudes profundas da sua
alma. Entre estas atitudes estão o desapego pelos bens terrenos, a confiança na Providência
do Pai e precisamente, a vigilância interior e a espera laboriosa do Reino de Deus..."
Desta forma, diz ainda o Papa Francisco "trata-se de uma espera de regresso
à Casa do Pai por parte de Jesus. Para nós é a esperança do encontro com o próprio
Cristo que nos virá buscar para nos levar à festa sem fim, como já o fez com a sua
Maria Santíssima."
Pdemos então dizer que esta passagem do Evangelho nos
quer dizer que o cristão é alguém que leva dentro de si um desejo grande e profundo:
aquele de encontrar-se com o seu Senhor juntamente com os seus irmãos verdadeiros
companheiros de caminho. E tudo isto ganha força numa famosa frase de Jesus: Onde
está o vosso tesouro, ali estará o vosso coração. (Lc 12,34)
O Papa Francisco
lançou a interrogação: "...onde está o teu tesouro? Qual é para ti a realidade
mais importante, mais preciosa, a realidade que atrai o meu coração como um iman?
Posso dizer que é o amor de Deus? Alguém pode-me responder dizendo: Padre, mas eu
sou uma pessoa que trabalha que tem família, para mim a realidade mais importante
é sustentar a família, o trabalho... Sim mas qual é a força que faz estar unida a
família? É precisamente o amor de Deus que dá sentido aos pequenos compromissos diários
e também ajuda a enfrentar as grandes provações.Este é o verdadeiro tesouro do Homem."
"E
o amor de Deus continuou o Papa não é algo de vago, ou um sentimento genérico; o amor
de Deus tem um nome e um rosto: Jesus Cristo. É um amor que dá valor e beleza a tudo
o mais: à família, ao trabalho, ao estudo, à amizade, à arte a cada iniciativa humana"
- disse o Santo Padre que concluiu ainda:
"E dá sentido também às experiências
negativas, porque nos permite de andar para além, de não ficar prisioneiros do mal,
mas faz-nos seguir em frente, abre-nos sempre à esperança, ao horizonte final da nossa
peregrinação. Assim, também as canseiras e as quedas ancontram um sentido."
O
Papa Francisco recordou de seguida a figura de Santa Clara de Assis "que deixou
tudo para se consagrar a Cristo na pobreza. Santa Clara dá-nos um testemunho muito
belo do Evangelho de hoje: que nos ajude juntamente com a Virgem Maria a vivermos
nós também, cada um segundo a sua vocação."
Seguiu-se a oração do Angelus.
No
final o Santo Padre recordou o Solenidade de Nossa Senhora de Assunção que se celebra
na próxima quinta-feira 15 de Agosto. Em especial saudou os muçulmanos de todo o mundo
como irmãos, lembrando que concluiram recentemente o mês do Ramadão, dedicado de forma
especial ao jejum, à oração e à esmola. Como escreveu o Papa na sua mensagem para
esta ocasião, "desejo que cristãos e muçulmanos se empenhem a promover um respeito
recíproco, especialmente através da educação e das novas gerações."
O Papa
Francisco saudou ainda os romanos e peregrinos presentes e, nomeadamente saudou os
jovens que estavam na praça principalmente os de Chicago, Locate, Predore e Tavernola
Bergamasca, e ainda os escuteiros de Vittoria. Nas despedidas o Santo Padre repetiu
as palavras que foram o tema do encontro do Rio de Janeiro: "Ide e fazei discípulos
entre todas as nações."