Bispos dos EUA engajados pelos direitos dos migrantes
Filadélfia (RV) – Os bispos nos EUA auspiciam a aprovação de uma “lei razoável”
para a reforma do sistema migratório. Quem o diz é o Arcebispo de Filadélfia, Dom
Charles Joseph Chaput, em artigo publicado no site catholicphilly.com. Segurança e
tutela da dignidade devem ser referências básicas para a nova lei, segundo ele.
Em
junho passado, o Senado aprovou um projeto de lei de reforma que regulamente os interesses
e a permanência de estrangeiros no território estadunidense, que para ser definitivo
deve obter o pronunciamento da Câmera, previsto entre setembro e outubro.
Alguns
membros da Câmera já preanunciaram que vão impedir a tentativa de reforma, “o que
seria, além de um erro político, uma amarga tragédia humana”, lamenta Dom Charles.
O episcopado quer uma lei que garanta ao mesmo tempo segurança dos confins
e respeito dos direitos dos migrantes e de suas famílias. Em nome dos bispos, o Presidente
da Conferência e Cardeal-arcebispo de Nova York, Dom Timothy Michael Dolan, sintetizou
que é preciso “uma reforma concreta e humana, fundada na experiência católica”.
O
maior obstáculo para a aprovação da lei é a questão da regularização dos migrantes
sem documentos, para quem a reforma concederia o direito de requerimento da cidadania.
“A maior parte dos imigrantes irregulares nos EUA contribui para a prosperidade do
país e não tem alguma intenção de ameaçar o bem comum. Milhares de agricultores e
empresários dependem de seu trabalho”, assegura o arcebispo de Filadélfia.
“Para
os católicos, que pertencem a uma Igreja que defende o direito de toda pessoa de migrar
em busca de uma vida melhor para si e sua família, o ressentimento contra os migrantes
é errado”, adverte Dom Charles.
Já em 2009, a poucos dias da posse de Barack
Obama na Casa Branca, os bispos escreveram uma carta para assegurar “suas orações,
esperanças e empenho” em favor da nação, evidenciando também como prioridade “defender
a vida e a dignidade de todos, especialmente dos pobres e mais vulneráveis”, em clara
referência aos imigrantes.