2013-08-07 16:31:02

Padre Bux: atualidade da "Veritatis Splendor"


Cidade do Vaticano (RV) - A resposta ao relativismo moral, o relacionamento entre liberdade humana e lei divina, o valor da consciência diante de Deus. São alguns dos pontos cardeais sobre os quais João Paulo II baseou a sua Veritatis Splendor, que foi promulgada no dia 6 de agosto de 20 anos atrás. Um texto que afirma que as verdades absolutas são acessíveis a todos e, portanto, atualíssimo em um contexto cultural que frequentemente evidencia o contrário.

Falando à Rádio Vaticano o teólogo, Padre Nicola Bux, consultor da Congregação para a Doutrina da Fé, disse que a Veritatis Splendor constitui uma pedra fundamental no campo da teologia moral católica e não só católica. Por sua vez, - afirma ainda -, as palavras “Veritatis Splendor” estão ligadas à Transfiguração, querendo sublinhar que a verdade não é um conceito abstrato, mas sim uma Pessoa, uma Pessoa que resplandece: Jesus Cristo.

Falando ainda sobre a estrada percorrida nestes 20 anos pela Encíclica sublinhou que em certo sentido, marcou a passagem de um “moralismo” para uma “moralidade”. O moralismo é algo que se apóia no nosso esforço, a moralidade, ao invés, é o resultado de um “ir à fonte”. Por isso, - continua -, no que se refere ao cristão, há sempre a tentação do moralismo, isto é, de fazermos por conta própria, enquanto, ao invés, nós somos feitos; somos feitos morais. É preciso dizer que a moralidade cristã tem a sua fonte nos Sacramentos, isto é, são os Sacramentos que mudam o homem, não o seu esforço de mudar.

Um dos temas principais da Encíclica é a resposta ao relativismo moral, uma luta em sentido amplo levada avantes nos últimos anos, em particular por Bento XVI. Há porém, em nível sócio-cultural uma surdez persistente, hoje, sobre esse assunto. Sobre isso, Padre Bux sublinhou que hoje há até mesmo uma surdez ainda maior, porque certamente a Encíclica foi profética, como também foi a Humanae Vitae de Paulo VI, porque profeticamente significa viu, que advertiu.

Portanto, mais uma vez o Papado se revela como a “sentinela” sobre a qual fala Gregório Magno, que adverte sobre o que está para acontecer no futuro. Certamente, vivemos hoje o que está sendo definido um gravíssimo desastre antropológico que, com o passar do tempo, mostra cada vez mais seus efeitos deletérios que se ampliam. (SP)








All the contents on this site are copyrighted ©.