Boko Haram passível de acusação por crimes contra a humanidade

Abuja (RV) – A procuradora da Corte Penal Internacional (ICC), Fatou Bensouda, lançou um relatório preliminar sobre a seita islâmica nigeriana Boko Haram. A partir desse material, pode-se supor que as ações atribuídas aos seus membros são crimes contra a humanidade. “As informações disponíveis oferecem motivos razoáveis para deduzir que, em julho de 2009, Boko Haram lançou um amplo e sistemático ataque que provocou a morte de 1.200 civis, cristãos e muçulmanos em diversas áreas da Nigéria”, diz o documento.

O seu relato tem como base as provas recolhidas até dezembro do ano passado. Bensouda afirma que, entre os possíveis crimes contra a humanidade, há homicídios e perseguições. No entanto, salienta que uma verdadeira investigação criminal só poderá ser iniciada após uma pesquisa mais aprofundada. O início dessa investigação penal por parte da ICC depende ainda da capacidade das autoridades nigerianas de perseguir autonomamente “aqueles que parecem ter responsabilidades maiores” nestes crimes.

A procuradora ainda enfatizou que se as forças governativas nigerianas podem ter violado os direitos humanos durante a realização das operações contra Boko Haram. Contudo, até final de dezembro do ano passado, não foram encontradas provas de que os militares tenham escolhido intencionalmente alvos civis. Nos últimos dias, os combates ocorridos entre o grupo extremista e o exército regular acarretaram pelo menos, 35 mortes. (NV)