2013-08-06 18:22:02

Cardeal Turkson: busquemos, juntos e com coragem, enfrentar situações sociais e estruturas que causam injustiças


Hiroshima (RV) - A bomba atômica sobre Hiroshima foi uma "ferida assustadora" infligida à inteira família humana: disse o presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, visitando o Memorial da Paz da cidade japonesa, dedicado às vítimas do bombardeio atômico ocorrido em 6 de agosto de 1945.

O presidente do dicastério vaticano permanecerá no Japão até a próxima sexta-feira, dia 9, para participar da iniciativa "Dez dias pela paz", promovida pela Conferência episcopal local, em memória das vítimas dos bombardeios estadunidenses dos quais foram alvo Hiroshima e Nagasaki.

A visita do purpurado ganense ao Memorial da Paz de Hiroshima foi feita no contexto de um encontro inter-religioso, vivido com budistas, xintoístas e protestantes.

"Deus criou o homem para a vida, a liberdade e a felicidade", disse o Cardeal Turkson mencionando em seguida a visita de João Paulo II a Hiroshima, em fevereiro de 1981, durante a qual o Pontífice definiu a guerra como "fruto do pecado do homem e resultado da obra do mal".

São palavras que – ressaltou o purpurado – encontram eco nas que foram pronunciadas em 2010 pelo então Cardeal Jorge Mario Bergoglio:

"A posse de armas atômicas pode causar a destruição da humanidade", porque "quando o homem se torna soberbo, cria monstros que acabam por escapar de seu controle."

Daí, o convite do presidente de Justiça e Paz a não ceder ao ódio, mas a reagir de modo positivo:

"Ao invés de esconder-nos diante dos problemas atuais, busquemos, juntos e com coragem, enfrentar as situações sociais e as estruturas que causam injustiças e conflitos", porque "a verdadeira pacificação é a inclusão e a integração" e, como disse o Papa Francisco visitando a Comunidade de Varginha no Rio de Janeiro, em 25 de julho passado, "nenhum esforço de pacificação será duradouro, não haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, exclui e abandona na periferia uma parte de si mesma".

Por fim, o purpurado lançou um apelo a "colaborar na sociedade para construir a verdadeira paz".

O Memorial da Paz de Hiroshima, construído em 1915 projetado pelo arquiteto checo Jan Letzel, era originalmente destinado a acolher a feira comercial da prefeitura local. Em 6 de agosto de 1945 a explosão nuclear verificou-se a pouca distância da estrutura que foi gravemente danificada.

Até hoje a construção permaneceu no mesmo estado de então como advertência em favor da eliminação de todo e qualquer arsenal nuclear, e como símbolo de esperança e paz.

Nesta quarta-feira, dia 7, o purpurado africano se deslocará para Nagasaki, onde participará de um jantar no Centro inter-religioso para o diálogo sobre a paz mundial.

No dia seguinte, no âmbito de uma cerimônia inter-religiosa organizada no Ground-Zero Park da cidade, o presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz recitará uma oração por todas as vítimas, na qual também recordará particularmente todos aqueles que não morreram, mas que ainda hoje sofrem as causas dos efeitos da radioatividade.

Por fim, na próxima sexta-feira, dia 9, ainda em Nagasaki, o Cardeal Turkson presidirá à santa missa pela paz no mundo. (RL)







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