Vitória de Mugabe nas eleições de Zimbábue gera controvérsia
Harare (RV) – Em Zimbábue, a Comissão Eleitoral declarou Robert Mugabe vencedor
das eleições presidenciais de 31 de julho, com 61% dos votos. Dessa forma o líder,
de 89 anos, conquistou seu sétimo mandato. Seu principal adversário, Morgan Tsvangirai,
chefe do Movimento pela mudança democrática, teve 32% da preferência e contesta a
veracidade dos resultados.
Para o Secretário de Estado Estadunidense John Kerry,
houve “graves irregularidades” e, portanto, os resultados apresentados não são “confiáveis”.
Da mesma forma, a União Europeia também demonstra preocupação em relação a isso. Em
contrapartida, o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, parabenizou Mugabe pela vitória,
falou de uma votação “bem sucedida” e pediu a todos os partidos de oposição que aceitem
a resposta das urnas.
Um comunicado conjunto da Comissão Episcopal “Justiça
e Paz” de Zimbábue e da Inter-regional Meeting of Bishops of Southern África (IMBISA)
foi lançado logo após o fim das votações, afirmando que “os votos ocorreram de foram
pacífica”. As duas organizações da Igreja Católica implantaram 2.796 observadores
eleitorais para verificar a honestidade da eleição. A IMBISA, que há anos colabora
pela promoção da democracia em Zimbábue, convidou uma delegação para acompanhar a
votação.
Os observadores da Igreja Católica contaram 47 irregularidades graves
entre episódios de intimidação ou coação nas proximidades das urnas (incluindo tentativa
de compra de votos, na oferta de presentes aos eleitores), propaganda eleitoral não
autorizada, graves irregularidades na contagem dos votos e o grande atraso na abertura
das seções eleitorais. Ainda assim, a missão dos observadores enviados pela União
Africana, presidida pelo ex-presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, considerou a
votação regular. Descreveram a eleição como "livre, justa e credível, apesar de alguns
incidentes, mas que não eram tão importantes para modificar o resultado." (NV)