Processo de beatificação de Dra. Zilda começa em 2015
Curitiba (RV) - O processo de beatificação da médica pediatra e sanitarista
Zilda Arns Neumann – Dra. Zilda – será aberto em 2015, anunciou o Arcebispo da Paraíba,
Dom Aldo Di Cillo Pagotto, Presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Criança,
durante o congresso nacional da entidade encerrado no último dia 2, em Aparecida.
Fundadora
da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, Dra. Zilda morreu em missão,
vítima do terremoto que assolou o Haiti, em 2010. O pleito pela beatificação e santificação
não pode ser apresentado antes dos primeiros cinco anos de sua morte, esclareceu o
bispo que já convidou os participantes do congresso e voluntários de todo o país para
a peregrinação a Curitiba, que vai marcar em 2015 a abertura da causa.
A introdução
ao processo de beatificação não é tão complicada ou difícil como se pensa, observa
Dom Aldo. "Como grupo somos mais de 200 mil voluntários na Pastoral da Criança, além
de bispos e padres. Há o desejo de que as virtudes de Dra. Zilda sejam reconhecidas,
um pleito que terá fácil aprovação e aplauso", disse ele.
A beatificação é
um ato jurídico canônico pelo qual o Papa, pela autoridade que exerce na Igreja, declara
beato um servo de Deus que, após sua morte, sempre foi conceituado pela vivência de
notáveis virtudes e de uma vida vivida em santidade.
O primeiro passo é postular
a Roma para que a Congregação dos Santos receba a petição. Com a autorização da Santa
Sé, caberá ao bispo diocesano, no caso Dom Moacyr Vitti, de Curitiba, postular oficialmente
o pleito. Assim, autorizada, "começaremos a coletar os testemunhos que são imensos,
casos de salvação de vidas e também de todos os ensinamentos, das práticas da Dra.
Zilda", explicou Dom Aldo.
Um processo de beatificação ou santificação não
tem prazo para conclusão. Para o bispo, o que importa é o gesto de valorização e o
reconhecimento de todas as virtudes da médica e o legado deixado para as duas pastorais.
Ele lembra que Dra. Zilda, como humanitária – assim como Madre Teresa de Calcutá –
concorreu ao Prêmio Nobel da Paz. "O que já é um reconhecimento de dimensão universal".
A
Igreja tem feito muitos santos, personalidades de épocas recentes. A fundadora da
Pastoral da Criança poderá ser a santa da modernidade, como o Papa João Paulo II,
Giana Beretta Molla, Beato Giorgio Frassatti e outros. Nada mais atual do que os desafios
que Dra. Zilda enfrentou para combater a desnutrição, salvar vidas e promover a dignidade
humana.
"São praticas tão exitosas que hoje consistem em políticas públicas",
frisou Dom Aldo, para quem a médica fez extraordinariamente bem o que precisava ser
feito. "E sua obra tem alcance extraordinário. A metodologia, as práticas simples
iniciadas há 30 anos hoje estão em vinte países da América Latina, África e Ásia."
(MJ/Coordenação Pastoral da Criança)