Líderes religiosos pedem paz na República Centro-Africana
Bangui (RV) – Juntamente com a vigília da independência nacional, uma jornada
de oração pela paz foi convocada para 12 de agosto por líderes religiosos de Bouar,
na República Centro-Africana. O país vive uma situação difícil desde quando os rebeldes
da aliança Seleka perseguiram o ex-presidente François Bozizé e empossaram o líder
rebelde Michel Djotodia.
Segundo uma nota enviada à Agência Fides por Padre
Aurelio Gazzera, missionário carmelita, a iniciativa foi firmada no encontro de líderes
religiosos ocorrido no dia 19 de julho em Bouar. Participaram da reunião 31 pessoas
representando católicos, protestantes e muçulmanos que prepararam uma mensagem lida
nas igrejas e mesquitas.
“A nossa fé em Deus, sejamos cristãos ou muçulmanos,
nos desafia e nos impulsiona a escutar o grito de dor de nossos irmãos e irmãs, imersos
na guerra há meses”, afirma a mensagem. “Nenhuma fé, seja ela cristã ou muçulmana,
permite a violência, o homicídio, o furto, a depredação e o estupro. Os condenamos
fortemente. Convidamos todos para serem fiéis a Deus, a Sua lei e a grande coerência.
Se todos os que crêem respeitassem a lei de Deus, não haveria nenhuma guerra”.
Direcionando
às autoridades, os líderes os convidam “a respeitar o juramento de servir ao país”,
a serem “homens e mulheres honestos” e terem “uma postura de serviço e respeito a
todos, de qualquer etnia, religião, sexo ou partido político”. A mensagem ainda enfatiza:
“alguns setores do Estado são mais sensíveis que outros, em particular a saúde e a
educação. O Estado tem um dever específico, que é aquele de pagar os próprios funcionários.
Mas temos também a obrigação por parte dos funcionários! Convidamos todos a voltarem
ao trabalho e então a confiança e o respeito retornarão”.
Os chefes religiosos
ainda lançaram um forte apelo aos rebeldes Seleka para que se convertam e assim termine
“a longa série de crimes, homicídios, estupros e depredações”. “Pedimos aos homens
armados o respeito pela pessoa humana, o respeito pelo Estado e seus funcionários.
O respeito por todos, sobretudo às mulheres, doentes e crianças”. A mensagem se conclui
pedindo aos jovens para que não cedam ao desânimo e não peguem o caminho da violência.
(NV)