2013-08-01 13:49:55

Caritas Jerusalém: Assentamentos e muro de separação ameaçam processo de paz entre israelenses e palestinos


Jerusalém (RV) - O Diretor da Caritas Jerusalém, Pe. Raed Abusahliah, numa entrevista à Agência Fides destacou que os assentamentos e o muro de separação ameaçam o processo de paz entre israelenses e palestinos.

"A retomada do processo de paz entre israelenses e palestinos é um fato positivo, pois a única maneira de resolver os problemas é negociando. Infelizmente, as condições em que se realizam tais negociações não deixam espaço para muitas expectativas, porque existem demasiados obstáculos para a solução de dois povos e dois Estados, começando pelos assentamentos que Israel continua construindo nos territórios palestinos", sublinhou o sacerdote palestino, referindo-se às novas negociações em andamento entre Israel e Autoridade Nacional Palestina (ANP), mediadas pelos EUA.

O sacerdote evidenciou a necessidade de fixar um prazo de nove meses para se chegar a um acordo. Por outro lado, o lado palestino parece enfraquecido, pois Presidente da ANP, Abu Mazen, não tem o apoio do Hamas e alguns grupos da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) contestam as bases sobre as quais tiveram início os debates.

Segundo Pe. Raed, toda expectativa excessiva sobre o êxito das novas negociações é fatalmente contrariada pela política dos fatos seguida pelo governo israelense. "Temo que a solução dois estados para dois povos torne-se impraticável pelos fatos. Dentro dos territórios palestinos existem centenas de assentamentos habitados por milhares de colonos israelenses ideologicamente orientados, e continuam a construção de novos assentamentos. Depois há o muro de separação que os israelenses estão construindo e que irão propor como novo confim, mesmo se não corresponde com a fronteira estabelecida pela ONU em 1967 e inclui vários territórios palestinos", disse ainda diretor da Caritas Jerusalém.

Do ponto de vista de igrejas e comunidades religiosas, "o acordo deve tutelar a liberdade de movimento e acesso aos Lugares Santos que diminuiu desde o início das negociações entre israelenses e palestinos".

"Depois dos acordos de Oslo, na Noruega, entre o governo de Israel e OLP, a liberdade de acesso aos Lugares Santos não é mais garantida. Muitas cidades, incluindo Ramallah, estão circundadas por postos de controle. São necessárias garantias internacionais para a implementação de qualquer acordo, especialmente no que diz respeito à liberdade de acesso aos Lugares Santos", concluiu Pe. Raed. (MJ)




















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