Polícias cabo-verdianos detidos em Bissau, chegam nesta quarta-feria à cidade da Praia
Segundo o jornal cabo-verdiano “A semana on line”, que cita fontes da Administração
interna cabo-verdiana, os dois polícias cabo-verdianos detidos desde o passado dia
12 deste mês de Julho em Bissau, foram libertados ontem, 30 de Julho e devem chegar
na tarde desta quarta-feira, 31 à Cidade da Praia, num voo da Air Maroc.
Segundo
a mesma fonte, Júlio Tavares e Mário Lúcio de Barros já se encontram instalados num
hotel em Bissau, estão bem e estão acompanhados pelo Embaixador de Cabo Verde em
Dakar, Francisco Veiga.
Os dois agentes da Direcção de Estrangeiros e Fronteiras
de Cabo Verde tinham-se deslocado no dia 9 a Bissau para acompanhar uma cidadã guineense
acusada de tráfico de droga e que já tinha descontado parte da pena em Cabo Verde,
devendo ser extraditada para o país natal.
Mas de regresso à Cidade da Praia,
os dois agentes teriam sido detidos pela polícia guineense já na sala de embarque
no Aeroporto de Bissalanca. As autoridades guineenses queixaram-se de não ter registo
de entrada de qualquer cidadão extraditado, acusando os polícias cabo-verdianos de
atentado à segurança do Estado guineense e que por isso iam ser submetidos a julgamento
pelo Tribunal Militar do país.
Preocupadas com a situação, as autoridades
cabo-verdianas, desde o Presidente da Republica, Jorge Carlos Fonseca, ao Primeiro
Ministro, José Maria Neves, ao líder do principal partido de oposição, Ulisses Correia,
foram unânimes em envidar esforços diplomáticos para garantir o regresso a Cabo Verde
dos dois agentes da politica nacional.
“A Semana on line” refere que “no fim
nada ficou provado, a acusação inicial de atentado à segurança do Estado guineense
da Guiné caiu por terra e tudo terminou como começou: nada. Nem culpa formada, nem
passagem pelo tribunal para justificar o sucedido. Mas os dois polícias não vão esquecer
tão cedo o que passaram naquilo que devia ser uma missão de serviço normal a um Estado
vizinho e membro da CEDEAO. Em Cabo Verde – sublinha ainda o jornal - a opinião
publica exige explicações e está à espera que o porta-voz das autoridades guineenses,
Fernando Vaz, o faça.
A detenção dos dois agentes cabo-verdianos em Bissau
aconteceu três meses depois de as autoridades americanas terem detido em águas cabo-verdianas
o contra-almirante guineense Bubo Na Tchuto, por suspeitas de envolvimento no tráfico
internacional de droga e que está a ser julgado nos Estados Unidos. Muitos viram nessa
detenção dos polícias cabo-verdianos em Bissau, um possível acto de retaliação da
parte da Guiné.
Aguardam-se, com o regresso de Júlio Tavares e Mário Lúcio
de Barros a Cabo Verde, maiores esclarecimentos sobre o ocorrido.