Rio
de Janeiro (RV) – “Temos encontro marcado na próxima Jornada Mundial da Juventude,
no ano de 2016, em Cracóvia, na Polônia”. O anúncio do Papa Francisco na conclusão
da Missa de envio, no encerramento da JMJ do Rio de Janeiro ontem num domingo de sol,
após dias de chuva na capital fluminense, pós fim à aventura da fé que envolveu mais
de 2 milhões de jovens de todas as partes do mundo. O encontro já está na agenda do
Papa, agora serão os jovens a se prepararem para visitar a cidade do Beato João Paulo
II, idealizador das Jornadas Mundiais da Juventude.
Os jovens que protagonizaram
no Rio um dos eventos mais importantes da história do Brasil como Igreja Católica
e não somente, deram a verdadeira dimensão do que significa ser jovem que acredita,
que segue um sonho, que tem esperança, mas acima de tudo que quer ser o construtor
de uma nova humanidade, de uma nova evangelização. Dias que permanecerão indeléveis
na mente e no coração de milhões deles. O Rio, terra de belezas inigualáveis, foi
palco também da beleza indescritível da juventude, da alegria que contagia, da vontade
de viver e crescer. A terra do Cristo Redentor, que recebeu os jovens de braços abertos
também não será mais a mesma, pois aqui deixaram seus corações milhões de jovens que,
pela suas ruas da Cidade Maravilhosa testemunharam o que significa ser jovem cristão.
A Praia de Copacabana, também denominada “Praia Fidei”, não será mais a mesma:
as barracas montadas sobre a sua areia e os sacos de dormir ficarão como o emblema
dessa Jornada, a imagem, o mosaico de cores de um mundo diferente, diversos, mas igual
na fé.
E junto com eles, um homem vestido de branco, “vindo do fim do mundo”
que com a sua simplicidade e gestos de pastor, envolveu católicos e não católicos,
ricos e pobres, crianças, jovens, adultos e anciãos, no grande abraço de pai, que
cuida, protege e incentiva seus filhos.
Francisco, superou, como era de se
esperar, todas as provas que uma JMJ pode apresentar: do cansaço, com tantos compromissos,
ao gesto de tocar os corações daqueles que tem sede de Deus.
Quando o Papa
Francisco chegou ao Rio de Janeiro, na tarde de segunda-feira, 22 de julho, já naquele
dia bateu bem devagar, delicadamente a porta do coração daqueles que o recebiam, o
Rio, o Brasil, pedindo para entrar, para ficar; os brasileiros, todavia já tinham
escancarado as portas ao Sucessor de Pedro.
A JMJ do Rio, com a presença do
Papa e dos jovens é um marco e fez conhecer a todo o Brasil e ao mundo, que a juventude
é sadia, que vive novas esperanças e tem novas certezas. Certezas de serem amados
por Cristo e de pertencer à sua Igreja.
Nestes dias no Rio, com a etapa no
Santuário Nacional de Aparecida, Papa Francisco, primeiro Papa latino-americano, lançou
mais uma vez o seu lema de pontificado, como Pedro, “não tenho ouro nem prata, mas
trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo!”.
Encontrou políticos
e pediu a eles que olhem com atenção para os jovens, encontrou a comunidade de Varginha,
e no discurso ao moradores falou do ser brasileiro, do jeito brasileiro, da acolhida,
da “água no feijão”, símbolo da partilha. Um momento vivido entre aqueles que por
muito tempo se encontravam na extrema periferia da sociedade, e que agora, com a presença
do Papa se sentem amados. Francisco criticou ainda a liberalização das drogas na América
Latina e disse que retornará ao Brasil em 2017 para a comemoração dos 300 anos da
descoberta da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba.
Já
no seu discurso durante a inauguração de uma ala para o tratamento de dependentes
químicos no Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca, o Pontífice chamou os traficantes
de “mercadores da morte”. Francisco fez um duro discurso contra a liberalização das
drogas no continente, um debate que ganha cada vez mais espaço diante do fracasso
das políticas de repressão. “Não é deixando livre o uso das drogas, como se discute
em várias partes da América Latina, que se conseguirá reduzir a difusão e a influência
da dependência química” disse o Papa. Exortou ainda os jovens a deixarem de lado “ídolos
passageiros”, como dinheiro e prazer.
Deus “está próximo de vocês e segura
vocês pela mão”, portanto “olhem para o Senhor nos momentos mais duros ele dará consolo
e esperança e confiem também no amor materno de Maria”.
Assim o bispo de Roma,
veio ao Rio para confirmar os jovens na fé, encontrar jovens que, atraídos pelo Cristo
Redentor, encontraram amparo no seu abraço, bem perto do seu coração, ouvindo de novo
o seu chamado claro e poderoso: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. O
Rio, depois disso, não será mais o mesmo. Obrigado Papa Francisco e até Cracóvia com
os seus jovens.
Do Rio de Janeiro, para a Rádio Vaticano, Silvonei José.