Pe Lombardi destaca densidade dos discursos e encontros do Papa nos encontros deste
sábado
Rio de Janeiro (RV) – O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico
Lombardi, participou de uma coletiva de imprensa na tarde deste sábado, no Rio de
Janeiro, onde falou dos diversos encontros do Papa Francisco neste sábado e da Via
Sacra realizada na noite desta sexta-feira.
O jesuíta começou falando da Via
Sacra, realizada na noite de ontem, onde estavam presentes 1,5 milhões de pessoas.
Ele disse que o Papa Francisco apreciou muito o esforço feito para tornar atuais as
Estações e o significado da Via Sacra para os jovens e para o mundo de hoje. “Os pequenos
textos, muito concretos, diziam respeito a situações vividas pelos jovens do mundo
de hoje e a apresentação cênica, às vezes não muito simples ou imediata, mostrava
um real esforço para dar um significado atual que ajudasse a refletir, uma provocação
que levasse a refletir, sobre o significado atual da Via Sacra”.
Pe. Lombardi
observou que havia um grupo de 35 papeleiros argentinos no palco, próximos ao Papa.
“O Papa é muito amigo destas pessoas”. O Papa pediu que os organizadores encontrassem
estas pessoas, e eles foram até Buenos Aires buscá-los.
A recordação dos jovens
que morreram no incêndio em Santa Maria no discurso do Papa foi muito apreciada. “Eu
falei com o Bispo de Santa Maria hoje de manhã que disse ter ficado muito emocionado
por esta recordação e agradeceu muito. Ele me disse que quinta-feira, o último jovem
internado deixou o hospital, após seis meses”, disse Lombardi.
Falando sobre
o encontro no Teatro Municipal, Lombardi destacou a ‘originalidade do evento’, pois
os protagonistas do encontro eram membros da sociedade civil. E destacou os representantes
dos muitos grupos presentes que saudaram o Papa ao final, destacando as tribos das
etnias Makuci e Karajas, da Amazônia e Tocantins. Também estava um representante de
religião afro, um Pastor da Igreja Presbiteriana e um representante islâmico. Havia
também embaixadores representando seis diferentes regiões do mundo, pessoas com deficiência
visiva, um médico cardiologista que trabalha com crianças, entre tantos outros representantes.
Do
discurso do Papa Francisco no Teatro Municipal do Rio, Lombardi destacou alguns pontos,
como a frase “reabilitar a política como forma mais alta de caridade. Reabilitar a
política”. Outras expressões destacadas foram “humildade social, a atitude do diálogo,
a colaboração de uns com os outros, sem sentir-se superior”, o que suscitou um grande
aplauso dos presentes.
Outra parte significativa do discurso evidenciada por
Pe. Lombardi foi sobre a laicidade do Estado e liberdade religiosa. “A convivência
pacífica entre as diversas religiões é garantida pela laicidade do Estado, sem assumir
como própria nenhuma posição confessional, mas respeitando e dando valor à presença
do fator religioso na sociedade, favorecendo as suas expressões concretas. “Isto é
muito importante – disse Lombardi – a idéia de uma correta laicidade, porque existem
correntes, tradições, na Europa em particular, onde na laicidade se coloca a religião
totalmente fora da vida pública. E a religião não deve ser excluída, mas presença
ativa, propositiva da sociedade, sem ser superior ou impor presença. Neste sentido
está a idéia da cultura do encontro: diálogo, diálogo, diálogo”
Lombardi destacou
ainda o encontro do Papa no Palácio do Arcebispado com os Bispos brasileiros. Haviam
cerca de 300 Bispos no encontro. O salão e o Auditório ficaram cheios. O Papa leu
todo o seu discurso e não quis nenhum tipo de transmissão para preservar a familiaridade
do encontro. O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé destacou a primeira parte “maravilhosa”
do discurso do Papa, em que conta o significado do evento de Aparecida e faz uma leitura
espiritual e teológica do evento: “pescar Deus no mistério das águas profundas para
levá-lo ao conhecimento do povo”. (JE)