2013-07-28 10:05:19

Papa Francisco no Teatro Municipal: "entre a indiferença egoísta e o protesto violento existe uma opção sempre possível: o diálogo"


Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2013/07/27/papa_francisco_no_teatro_municipal:_entre_a_indiferença_egoísta_e_o/bra-714552
do site da Rádio Vaticano



Momento comovente e ao mesmo tempo intenso de reflexão e propostas concretas para a sociedade de hoje e de amanhã foi a sessão que teve lugar ao fim da manhã, eram 16.30 em Roma, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com a participação de políticos, diplomatas, empresários e representantes da sociedade civil, da cultura e das maiores comunidades religiosas do país..
O Papa Francisco apelou ao diálogo “construtivo” entre todos os elementos da sociedade brasileira, a fim de promover “um futuro melhor”, com base no respeito e na participação de cada pessoa, e “reabilitar a política”. “Entre a indiferença egoísta e o protesto violento – insistiu - há uma opção sempre possível: o diálogo”.
“É impossível imaginar um futuro para a sociedade sem uma vigorosa contribuição das energias morais numa democracia que evite o risco de ficar fechada na pura lógica ou equilíbrio dos interesses constituídos”, observou. O Papa apontou o caminho do diálogo construtivo como a melhor alternativa para o crescimento do país, reunindo a cultura popular, universitária, juvenil, artística, tecnológica, económica, familiar e dos media.
“O futuro exige de nós uma visão humanista da economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismos e erradicando a pobreza. Que ninguém fique privado do necessário, e que a todos sejam asseguradas dignidade, fraternidade e solidariedade”, sublinhou.
Após recordar que “os gritos por justiça continuam ainda hoje”, a intervenção deixou um alerta para o “perigo da desilusão, da amargura, da indiferença, quando as aspirações não se cumprem”. “Além da racionalidade científica e técnica, na atual situação, impõe-se o vínculo moral com uma responsabilidade social e profundamente solidária”, prosseguiu Francisco.
Segundo o Papa, a responsabilidade social exige “um certo tipo de paradigma cultural e, consequentemente, de política”. “Somos responsáveis pela formação de novas gerações, capacitadas na economia e na política, e firmes nos valores éticos”, advertiu.
Falando em espanhol, Francisco desejou que a nação brasileira, “sempre aberta à luz que irradia do Evangelho de Jesus Cristo, possa continuar a desenvolver-se no pleno respeito dos princípios éticos fundados na dignidade transcendente da pessoa”. O Papa destacou o contributo das tradições religiosas, que “desempenham um papel fecundo de fermento da vida social e de animação da democracia”.
Perante mais de duas mil pessoas, o Papa convidou o país a “originalidade dinâmica que caracteriza a cultura brasileira”, com a sua “extraordinária capacidade para integrar elementos diversos”. Neste contexto, foi recordado que o “modo cristão de promover o bem comum, a felicidade de viver” passa pela “humanização integral e a cultura do encontro e do relacionamento”. “Aqui convergem a fé e a razão, a dimensão religiosa com os diversos aspetos da cultura humana: arte, ciência, trabalho, literatura”, precisou.
O discurso papal deixou reflexões sobre a “liderança” do país, que deve procurar chegar ao “centro dos males”. “Quem atua responsavelmente, submete a própria ação aos direitos dos outros e ao juízo de Deus. Este sentido ético aparece, nos nossos dias, como um desafio histórico sem precedentes”, sustentou.
Em conclusão, Francisco deixou o conselho que diz dar sempre aos líderes que o procuram – “diálogo, diálogo, diálogo” -, sem preconceitos e com “humildade social”. “A fraternidade entre os homens e a colaboração para construir uma sociedade mais justa não constituem uma utopia”, finalizou.








All the contents on this site are copyrighted ©.