Luta contra o cancro da mama e do útero em África: Primeiras-Damas pedem mais recursos
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As Primeiras-Damas
e Esposas de Chefes de Estados e de Governos africanos, estiveram reunidas entre 21
e 23 de Julho corrente, em Maputo, na 7ª Conferência Africana sobre o cancro do colo
uterino, da mama e da próstata.
No encontro, onde estiveram presentes cerca
de duas mil pessoas, dentre as quais, 15 Primeiras-Damas de África, delegados, parlamentares
e ministros da Saúde africanos, a directora do Gabinete da Esposa do Presidente da
Republica, Flávia Cuereneia, leu o comunicado final do encontro, cuja sintese, se
segue:
As Primeiras-Damas reconheceram os esforços da comunicação social e
da sociedade civil, como complemento dos esforços para a luta contra estas doenças.
Também enalteceram o apoio prestado pelos seus parceiros bilaterais e multilaterais,
apelando para que continuem a trabalhar em estreita colaboração com os estados membros
da União África.
Sociedade civil alia-se a luta contra o cancro
Ainda
no decurso do encontro, a sociedade civil dos países africanos representados na conferência,
teve o espaço para deixar algumas recomendações às primeiras-damas e chefes de Estados
africanos. Oswaldo Petesburgo, foi quem leu a mensagem da sociedade civil, a qual
se compromete em dar todo o apoio nesta nobre causa de prevençao e combate ao cancro
da mama, do colo uterino e da próstata.
Era Oswaldo Petesburgo, lendo a mensagem
em representação da sociedade civil africana. Entretanto, no final do encontro, as
Primeiras-Damas de África e esposas dos Chefes de Estados africanos, reiteraram os
esforços e compromissos na luta contra este mal, que ceifa inúmeras vidas humanas,
sobretudo das mulheres.
Coube ao Director Nacional de Saúde Pública de Moçambique,
Mouzinho Saíde, a leitura da Declaração de Maputo, subscrita pelas 15 Primeiras-Damas
de África presentes na 7ª Conferência Africana do cancro da mama, do colo uterino
e da próstata.
Cancros da mama e do colo uterino matam 2.500 mulheres ao ano.
De
acordo com o Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza, em cada 100 mulheres
africanas com o cancro da mama, cerca de 54 morrem devido ao diagnóstico tardio da
doença e ao facto de os sistemas nacionais de Saúde estarem a enfrentar várias limitações
que impedem que o tratamento seja adequado e atempado.
O Chefe do Estado fez
esta declaração falando na 7ª Conferência das Primeiras-Damas Africanas sobre o Cancro
do Colo do Útero, Mama e da Próstata que se realizou pela primeira vez num país de
expressão portuguesa e sob o signo “Juntos Podemos Salvar Vidas”.
Em Moçambique,
explicou Armando Guebuza, estima-se que oito em cada 100 novos casos de todos os cancros
na mulher moçambicana sejam de cancro da mama. Só em 2008 calcula-se que que tenham
ocorrido 945 novos casos deste tipo de cancro, com 512 mortes, o que significa que
morrem 54 em cada 100 mulheres moçambicanas diagnosticadas com o cancro da mama.
Quanto
ao cancro do colo do útero, no nosso país, cerca de 32 em cada 100 novos casos de
todos os cancros na mulher correspondem a esta doença, ou seja, mais de 3400 novos
casos e cerca de 2300 mortes por ano. Tal significa que 64 em cada 100 mulheres moçambicanas
com cancro do colo do útero morrem porque o diagnóstico é feito já em fase avançada
da doença.
Mortes que podem ser evitadas!
Portanto, neste país, morrem
anualmente cerca de 2.500 mulheres devido ao cancro da mama e da prostata. Entretanto,
para o Presidente da República de Moçambique, o facto de o cancro do colo do útero
poder ser evitado, significa que “o poder de evitar a morte de muitas mulheres e o
peso desta doença nas nossas sociedades está nas nossas mãos”.
De referir
que a 7ª Conferência Africana sobre o cancro da mama, do colo uterino, foi organizada
pelo Gabinete da Esposa do Presidente da República, Maria da Luz Guebuza, em coordenação
com o Ministério da Saúde e a Princess Nikky Brest, directora executiva e fundadora
da Cancer Foudation da Nigéria. E a 8ª Conferência vai ter lugar em Julho do próximo
ano, na Namíbia.