Centenas de milhares de jovens na abertura da JMJ do Rio. A crónica de Silvonei José
O santuário de Nossa Senhora da Aparecida, padroeira do Brasil, está no centro das
atenções nesta quarta-feira, pela “peregrinação pessoal” que aí faz o Papa Francisco,
que deseja confiar à Virgem o seu pontificado e os jovens da JMJ e de todo o mundo.
Ontem,
terça-feira, momento de pausa para o Papa, teve início ao fim da tarde, com uma missa
celebrada junto ao mar, em Copacabana, pelo arcebispo do Rio de Janeiro, o programa
oficial das Jornadas Mundiais da Juventude. Do Rio, a crónica do enviado Silvonei
José: A Jornada Mundial
da Juventude, Rio 2013, foi aberta oficialmente nesta terça-feira na Praia de Copacabana,
numa Missa presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta. Sete
Bispos auxiliares e cerca de 1.500 religiosos, entre Cardeais, Bispos e Sacerdotes
acompanharam o Arcebispo na celebração. Uma mensagem do Presidente do Pontifício Conselho
para os Leigos, Cardeal Stanislaw Rylko, saudando os jovens, concluiu a celebração. Um
pouco antes do início da Celebração, foi anunciada oficialmente a Abertura da Jornada
Mundial da Juventude Rio 2013. Um belo espetáculo de luzes e cores, mas especialmente
de jovens de todos os continentes presentes no palco, recebeu os símbolos da Jornada
Mundial da Juventude (a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora), ao som do clássico hino
Emanuel, da JMJ 2000, realizada em Roma. A programação começou às 15h, com a acolhida
de peregrinos de todo o mundo e apresentações artísticas, além de momentos de oração
no palco montado na Praia de Copacabana. O “Coral Carioca JMJ”, formado por 100 músicos
católicos das Paróquias da Arquidiocese do Rio, apresentou-se para o público. O Hino
da JMJ também foi cantado em outros idiomas, por voluntários internacionais. A
Missa, que iniciou às 17hs50min, sob uma temperatura de 19°C, teve a Primeira Leitura
feita em espanhol, o Salmo e o Evangelho em português e a Segunda Leitura em inglês.
Dom Orani, após saudar os presentes, leu as intenções da missa, voltadas às diversas
dificuldades e desafios vividos pelos jovens. Na homilia, Dom Orani Tempesta recordou
que “a Arquidiocese do Rio de Janeiro acolheu com responsabilidade a escolha feita
pelo Papa Bento XVI, ao final da Missa de Madri em agosto de 2011”, a quem agradeceu
a escolha e as orientações. Após acrescentou: “No entanto, providencialmente, esta
Jornada estava destinada a ser uma Jornada que, pela segunda vez, ao retornar à América
Latina depois de 26 anos, pudesse ser o lugar de acolhida da primeira viagem apostólica
do primeiro Papa latino-americano da história, o Papa Francisco, que veio para presidir
este belo e importante momento da vida da Igreja nessas terras de São Sebastião. Nós
o acolheremos solenemente aqui, nesse mesmo local, na próxima quinta-feira. O primeiro
Papa latino-americano da história pisou como Sumo Pontífice o solo da América Latina
neste Santuário Mundial da Juventude em que se transformou esta cidade nestes dias”. Dom
Orani salientou que nestes dias “o Rio se torna o centro da Igreja, viva e jovem”
e que a felicidade do encontro de jovens de tantas partes do mundo “nos fortalece
e nos convida a ir ao encontro dos demais jovens, a fazer-nos missionários em todas
as nações. O melhor presente a darmos às outras pessoas é a presença de Cristo, que
nos preenche e nos impulsiona a amar e a nos doar, sempre no diálogo fraterno”, disse
o Arcebispo do Rio de Janeiro, acrescentando que “somos chamados a ser protagonistas
de um mundo novo”. Após meditar sobre as leituras propostas pela Liturgia, que
remetem ao chamado de Mateus e onde somos chamados a ser apóstolos, Dom Orani observou
que foi Jesus que “uniu a todos nesse cenário maravilhoso da praia que recebe este
nome por causa da inicial devoção a Nossa Senhora de Copacabana, sob o Cristo Redentor
com Seu abraço acolhedor”. E recordando o Ano da Fé, disse: “O Mestre Jesus nos
convida para um mergulho em águas profundas, as águas do nosso batismo. E este bonito
encontro internacional está justamente no coração do Ano da fé, tempo propício para
renovar nossos compromissos assumidos na comunidade cristã. Somos chamados a viver
profundamente a fé nesse tempo plural e de tantos questionamentos, nessa mudança de
época, mas com o entusiasmo e a coerência de quem se deixa conduzir pela ação do Espírito
Santo”. Dirigindo-se uma vez mais aos jovens, o Arcebispo do Rio disse que eles
“são o presente esperançoso de uma sociedade que espera que sua crise de valores tenha
uma solução. São chamados a formar uma nova geração que vive a fé e a transmite para
a geração seguinte. Somos convidados a uma experiência de fé e dela sair revigorados”
e recordou que “o primeiro peregrino, que já está entre nós, o Santo Padre, o Papa
Francisco, se colocou conosco nesta caminhada e nos indicará caminhos durante estes
dias”. Após, exortou os jovens: “Temos muitas barreiras e injustiças para superar.
Vamos construir pontes ao invés de muros e obstáculos. O mundo todo, através de vocês,
presente nessa cidade precisa testemunhar a solidariedade, a partilha e a acolhida
do amor de Cristo Redentor. É tempo de despertar confiança e esperança para que se
transformem em atitudes para um amanhã de luz”. Dom Orani confiou cada jovem a
“Maria, de tantos nomes e invocações, e aqui no Brasil invocada com o título de Nossa
Senhora Aparecida como padroeira principal, mas também Nossa Senhora da Penha, Nossa
Senhora de Nazaré, foi e continua sendo a companheira e mãe de todos os jovens”. Ao
final da cerimônia, o Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Dom Stanislaw
Rilko, saudou os jovens presentes nesta 28a edição da Jornada Mundial da Juventude. Após,
a cerimônia de lançamento do selo especial por ocasião da visita do Papa Francisco
ao Brasil e show de bandas católicas.