2013-07-23 19:55:20

Pela primeira vez, um Papa na reunião do Celam


Rio de Janeiro (RV) – O Papa “que veio da outra parte do mundo” volta para casa, na América Latina. Há uma grande expectativa no Rio de Janeiro, onde o Santo Padre chegou segunda, 22, e se reunirá com os mais de 2 milhões de jovens, provenientes de todas as partes do mundo, para viver com ele a JMJ. O tráfico desacelera a circulação nas ruas da Cidade Maravilhosa, onde gradualmente chegam os peregrinos.

Depois dos brasileiros, o grupo mais numeroso é o de argentinos que, segundo as estimativas, são mais de 40 mil. Desembarcando no Rio, os turistas já encontram enormes favelas ao longo da estrada que leva à metrópole. É um choque de realidade. Portanto, o país que acolhe o Papa é um símbolo de todas as contradições e pobrezas, mas também de todos os recursos extraordinários desse continente.

O Brasil foi dominado por uma onda de protestos no mês passado, criada sobretudo por jovens e sustentada através das redes sociais. É uma reação de despertar frente aos problemas não resolvidos e não enfrentados, como a corrupção, a impunidade e a falta de transparência. “Estamos num momento crucial”, disse Dom Carlos Aguiar Retes, Arcebispo de Tlalneplanta (México) e Presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam). E “os desafios da mudança do período em que vivemos exigem um repensar de atitudes, de estruturas e de atividades pastorais na fidelidade a Cristo”.
Em sua programação na JMJ, o Papa Francisco pediu para participar domingo, 28 de julho, da Reunião Geral de Coordenação da Celam. O Papa conhece perfeitamente os desafios eclesiásticos e sociais desse continente, porque os viveu na própria pele. “Por isso – diz Dom Aguiar – para os 50 bispos que compõem o Celam será de enorme interesse e importância escutar a voz do Papa Francisco”.

O arcebispo ainda enfatiza que o fato do Santo Padre ter escolhido participar desta reunião demonstra seu interesse em promover e encorajar a missão da Igreja na América Latina: “Apenas o fato de tê-lo conosco já nos entusiasma e nos enche de esperança”, afirma. Ainda segundo ele, a transmissão da fé às novas gerações é uma tarefa complicada e delicada atualmente. “É necessário falar a linguagem dos jovens, responder suas perguntas, utilizar seus instrumentos de comunicação e é particularmente importante que os próprios jovens sejam os principais evangelizadores dos outros jovens”.

Acerca das expectativas que envolvem a relação do Papa com os participantes da JMJ, Dom Aguiar acredita que o carisma do Santo Padre será de grande auxílio para que as palavras de Deus cheguem ao coração dos católicos e também daqueles que não o são. “Os jovens não querem alguém que fale de Deus, mas que mostrem seu Deus, e isto é o que o Papa está fazendo”. O arcebispo avalia que esta é uma boa oportunidade para que os jovens encontrem coragem para comprometerem-se com sua fé e viverem a juventude com a alegria de saber que são amados por Deus. (NV)







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