Milão (RV) – Laura Plebani e Emanuele Bazzotti, dois jovens milaneses, casaram-se
em 21 de junho. Uma história de amor nascida durante a Jornada Mundial da Juventude
(JMJ) de 2005, em Colônia, que embarca rumo ao Brasil – sem esquecer os pobres.
Amor
à primeira vista durante a JMJ na Alemanha. Ela estava com o grupo da Ação Católica
de Milão e ele com os jovens da paróquia de seu bairro, Pratocentenaro. “Mal o vi,
já estava imediatamente apaixonada”, relembra Laura. Em Colônia, no entanto, não houve
oportunidade de conversarem e se conhecerem. “Emanuele tinha namorada. Posteriormente,
quando voltei a Milão, depois de alguns meses, descobri que ele estava solteiro”.
Determinada e sabendo o que queria, Laura conta que começou a procurar informações
sobre o amado através de amigos e contatos em comum. Em uma noite foi até a paróquia
de Emanuele, onde ele tocava com seu grupo de rock. Conhece-o e o conquista. Hoje,
após sete anos de namoro, são marido e mulher.
Ela, 28 anos, com cabelos curtíssimos
e ar alegre, estudou Cinema no Centro Experimental de Roma, sonha em se tornar diretora
e trabalha como free-lance. Ele, 32 anos, com longos cabelos pretos e estilo roqueiro,
é formado em Engenharia Espacial. “Todos se espantam quando conto”, comenta. Porém,
sua verdadeira paixão é a guitarra. Atualmente é professor em algumas escolas de música
e escreve artigos sobre o instrumento para uma revista especializada.
Além
disso, Emanuele faz parte de Shekinah, o coral da Pastoral da Juventude Diocesana
que, há anos, se dedica à animação dos momentos de oração dos jovens – em particular,
nas vigílias diocesanas na Catedral de Milão. Também com o coral, Emanuele e Laura
participaram juntos da JMJ de Madri, há dois anos. “Escolhemos o dia 21 de junho por
diversos motivos: porque o primeiro dia de verão simboliza mudança para nós, a passagem
da juventude para a idade adulta e porque é dia de São Luis Gonzaga – padroeiro dos
jovens”.
Um casamento decisivamente não tradicional, sóbrio, essencial e simples:
celebração e, em seguida, jantar na paróquia da igreja, organizada contando com a
colaboração de cada um. “Meus pais levaram as bebidas e a família da Laura levou comida”,
conta Emanuele. “Alguns amigos assaram a carne na grelha e todos tinham coisas para
fazer. As roupas do casamento foram adquiridas em uma rede de vestuário “low cost”
em vez de lugares elegantes”.
Eles mesmos fizeram as alianças. “Fizemos em
um laboratório ligado a uma cooperativa social onde trabalham pessoas inválidas. Criamos
nós mesmos, derretendo o ouro recuperado de objetos e presentes que não usávamos mais.
Foi um trabalho muito simbólico: o casamento não é um fim, é o início do nosso caminho
juntos”. O casal diferencia até mesmo na lua de mel, que será na JMJ no Rio de Janeiro.
“Aderimos à proposta da Pastoral Jovem de Milão; inscrevemo-nos como casal independente”.
A
partida, realizada ontem, teve como primeiro destino a Paróquia Nossa Senhora das
Graças, em São Paulo – administrada por um padre italiano – para viverem a semana
missionária, hospedados por famílias locais. No dia 22 irão para o Santuário de Aparecida
e, depois, ao Rio. Para eles, nada de lista de casamento tradicional. “Não precisamos
de nada e não queremos presentes inúteis. Pedimos a todos, se quiserem e com toda
liberdade, nos darem dinheiro. Levamos ao Brasil tudo o que conseguimos – cerca de
cinco mil euros. Uma parte é para a paróquia que nos hospeda em São Paulo e o resto
destinaremos a vários projetos de desenvolvimento do país”. (NV)