Estado do Vaticano assegura "tolerância 0" para ilegalidades nas atividades financeiras
Em comunicado ontem distribuído aos jornalistas, Padre Federico Lombardi assegurou
que o Estado do Vaticano tem uma política de “tolerância zero” em relação a eventuais
ilegalidades que sejam detectadas nas suas actividades financeiras, em particular
no Instituto para as Obras de Religião (IOR). “O IOR está a seguir uma linha clara
de identificação sistemática e de tolerância zero em relação a todas as actividades
ilegais ou alheias aos estatutos do Instituto”, refere o comunicado, que refere os
procedimentos levados a cabo em relação à detenção de monsenhor Nunzio Scarano. Este
sacerdote, que já há um mês tinha sido “suspenso do serviço” da Administração do Património
da Sé Apostólica, é acusado pelas autoridades italianas de fraude e corrupção. O
porta-voz adiantou que as autoridades judiciais estão a analisar as “transacções suspeitas”
que envolvem o padre Scarano e que o Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano determinou
terça-feira o “congelamento” das contas do arguido no IOR. As investigações em curso,
acrescenta a nota, “pode ser estendidas a outras pessoas”, após os relatórios que
foram apresentados à Autoridade de Informação Financeira do Vaticano. O diretor
da sala de imprensa da Santa Sé acrescenta que o IOR está a implementar “medidas adequadas
para melhor as suas estruturas e procedimentos”, num processo que se espera estar
“largamente concluído” no final deste ano. A comissão de inquérito para o IOR reuniu-se
esta quarta-feira pela primeira vez, num encontro que contou com a presença do Papa,
na Casa de Santa Marta.