Novo Presidente do Irão suscita certa expectativa nos cristãos do Irão
A vitória do religioso moderado Hassan Rouhani nas recentes eleições presidenciais
no Irão aumenta as expectativas e esperanças entre as comunidades cristãs na República
islâmica, apesar de entre os fiéis circular certo ceticismo. Numa nota enviada à agência
Fides, a organização “Portas Abertas”, que defende os direitos dos cristãos e a liberdade
religiosa no mundo, lembra que Rouhani poderá ter voz nos assuntos económicos e noutras
questões civis, ao passo que as questões relativas à segurança nacional e à religião
permanecem prerrogativa do líder supremo Khamenei. Muitos observadores vêem em
Rouhani uma vitória da sabedoria, da moderação, um sinal da crescente consciência
e do desejo de ir além do extremismo. As minorias cristãs no Irão, prossegue a ONG
“Portas abertas”, espera e reza “pelo bem-estar das pessoas, pela liberdade dos presos
de consciência, pelo conforto das vítimas da violência política, por um futuro de
justiça, liberdade, igualdade e prosperidade para o Irão”. “Portas Abertas” recorda
que os cristãos iranianos são muitas vezes presos sob a acusação de “ameaçar a segurança
nacional”, simplesmente por realizarem encontros de oração nas suas casas. Os cidadãos
iranianos de língua persa (Farsi) são por definição muçulmanos e os cristãos persas
são considerados “apóstatas”. As autoridades não permitem o culto cristão em Farsi.
O Irão está em oitavo lugar na “World Watch List 2013” de “Portas Abertas”, que
monitora a perseguição dos cristãos no mundo. Também Amnistia Internacional fez um
apelo ao novo presidente, convidando-o a cumprir as promessas feitas durante a campanha
eleitoral, para melhorar o respeito dos direitos humanos no Irão. Rouhani manifestou
a intenção de promulgar uma “Carta de Direitos Civis”; a Carta prevê a igualdade de
todos os cidadãos, sem discriminação de raça, religião ou sexo, maior liberdade para
os partidos políticos e as minorias, garantia de processos justos, liberdade de assembleia
e proteção legal para todos. “A eleição de Rouhani – sublinha Amnistia Internacional
numa nota enviada à Agência Fides - é uma oportunidade para que as autoridades reiterem
a importância do respeito pelo Estado de Direito”.