Haiti: escassez de alimentos é a maior dificuldade. Ouça
Porto
Príncipe (RV) - Nas últimas horas, em Porto Príncipe, estamos vivendo a passagem
do ciclone Chandal – o primeiro dos 16 ciclones que estão previstos para o Haiti neste
ano. Felizmente, está sendo de baixa intensidade, com chuva e vento. Mas quando as
previsões alertam para este tipo de fenômeno, o haitiano muda sua rotina. Escolas
e escritórios fecham, e o comércio fica paralisado. Eles temem sobretudo o vento,
não só por destruir as casas precárias, mas principalmente pelas doenças que viajam
pelo ar. Sujeito a tantas intempéries, o país vive em eterna reconstrução, sempre
começando do zero.
Assim foi também a chegada das missionárias brasileiras
após o terremoto de 2010. Sem projectos e moradia definidos, foram aos poucos se adaptando
à realidade e traçando prioridades. Enfrentam muitas dificuldades, principalmente
no aluguel e compra de terrenos onde desenvolver os projetos. Atualmente, elas trabalham
em algumas regiões da periferia de Porto Príncipe, como por exemplo no bairro de Corail,
um dos mais pobres da capital. Não há asfalto nem electricidade. Quem quiser água,
tem que comprar do carro-pipa e caminhar com o balde na cabeça até sua residência.
Banheiros, só comunitários. Logo no início do bairro, as missionárias adquiriram uma
pequena casa que funciona como centro de evangelização e ação social – que ainda está
em construção. Falta praticamente a cozinha comunitária que, ao ser finalizada, será
a quarta que as missionárias criam, porque a escassez de alimentos, segundo a Ir.
Veraluce Porfírio, das Irmãs de Santa Catarina de Alexandria, logo foi identificada
como a principal dificuldade da população: