2013-07-09 15:02:20

Congo: rebeldes ameaçam Beni. "Situação é explosiva", diz Dom Paluku


Brazzaville (RV) – Não foi confirmada a profanação de uma igreja católica em Rwahwa (no território de Beni, nordeste da República Democrática do Congo) onde, na noite de 28 de junho, bandidos armados entraram no local de culto, removendo o Santíssimo. “Não estava na diocese e ainda não tenho informações precisas sobre o fato”, disse Dom Melchisedech Sikuli Paluku, Bispo de Butembo-Beni, à agência Fides. “Estou tentando voltar a Butembo o mais rapidamente possível para acompanhar a situação que parece tornar-se ainda mais explosiva do que antes”, acrescentou

No mesmo dia o governador da Província do Norte-Kivu, Julien Paluku, relatou que a cidade de Beni – capital do território de mesmo nome – está ameaçada por uma aliança formada por rebeldes ugandenses Adf-Nalu, por um grupo nativo de Mai-Mai e até mesmo por integrantes do Shabaab, da Somália. Dom Sikuli Paluku fala de “uma complexidade de presenças de diversos grupos armados velhos e novos”. A Diocese de Butembo-Beni também vive o drama dos sacerdotes assuncionistas sequestrados no passado mês de outubro e de “que – recorda o bispo – não se tem mais notícias a mais de nove meses”.

O bispo também denunciou que são centenas as pessoas desaparecidas na área. “A Monusco (missão da ONU na República Democrática do Congo) afirma que são 150 as pessoas desaparecidas, embora os grupos da sociedade civil falam de 300 pessoas, enquanto os sequestros e homicídios continuam sem parar. A insegurança é grave sobretudo no norte do território da minha diocese”. Sobre a presença dos Shabaab, o bispo afirma que “o que sabemos é que há anos existe na zona uma fortaleza somali, que agem com a conivência de grupos locais”.

Dom Sikuli Paluku descreve uma situação onde existiriam interesses externos para favorecer uma difusão do radicalismo islâmico, em uma área desprovida desta influência. “Logo após o sequestro dos três sacerdotes – observa – fui contactado por algumas pessoas que disseram tê-los em mãos (não sei se era verdade ou não), e afirmaram que se converteram ao Islã. Sabemos também que na região existem pessoas, até mesmo famílias inteiras, que se converteram ao Islã – não se sabe como. Com certeza existem interesses estrangeiros por trás deste fenômeno. Já há alguns anos, alguns líderes tradicionais que foram convidados para a Líbia de Kadaffi, converteram-se ao Islã”, concluiu o bispo. (NV)








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