2013-07-09 12:33:52

Carta do Patriarca caldeu Sako sobre situação dos sacerdotes


Bagdá (RV) - Durante os últimos anos, o pouco exercício da autoridade central nas várias sedes episcopais vacantes, a falta de segurança e o estado permanente de emergência sóciopolítica vividos no Iraque “tiveram efeitos também sobre a identidade dos sacerdotes e sua espiritualidade”. Criou-se uma “situação que não pode continuar” e que deve ser enfrentada com determinação, redescobrindo a fonte de graça e a verdadeira face da vocação e da missão sacerdotal.

Esse é um chamado forte e direto que consta em uma carta do Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Dom Louis Raphael I Sako, dirigida aos sacerdotes de sua Igreja. O objetivo é solicitar a todos que possam testemunhar verdadeiramente a própria natureza do ministério sacerdotal como serviço a favor dos irmãos e pela salvação de todos. Na carta, com data de 3 de julho – dia em que se celebra a festa de São Tomé Apostolo – o Patriarca caldeu manifesta sua estima pela “maior parte” dos sacerdotes de sua Igreja, expressando gratidão pelos seus trabalhos.

Ao mesmo tempo – relata a agência Fides – Dom Sako apresenta situações e dinâmicas que devem ser corrigidas imediatamente. “Alguns sacerdotes” adverte o Patriarca, “fizeram de suas paróquias pequenos impérios”. Outros “partiram do Iraque sem permissão do bispo, solicitaram asilo político ou deixaram a própria Igreja e uniram-se a outra. Alguns não celebram a missa se não aos sábados e aos domingos. Alguns não pregam ou, quando o fazem, transformam suas homilias em insultos ou em pedidos de dinheiro”.

O sacerdócio – repete o Patriarca, reforçando também recentes palavras do Papa Francisco – “é uma missão, não uma profissão ou um negócio”. O sacerdote “é o pulmão humano que purifica os pecados com o ar da graça divina” e “o seu sucesso no trabalho é fruto do poder infinito de Deus e não o resultado das suas ações individuais”.

Na recente Assembleia Sinodal – realizada em Bagdá de 5 a 10 de junho – os bispos caldeus, na tentativa de frear os fenômenos relatados também pelo Patriarca em sua carta, reiteraram que nenhum sacerdote pode abandonar a própria diocese sem o consenso do bispo. (NV)








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