Cordial encontro do Papa com jovens em formação Quatro "pilares": vida espiritual,
intelectual, apostólica, comunitária
Quatro os “pilares”
indispensáveis para a formação dos futuros padres e pessoas consagradas, segundo o
Papa Francisco: vida espiritual, vida intelectual, vida apostólica e vida comunitária.
Foi um caloroso encontro o que teve encontro sábado à tarde, na Sala Paulo VI, do
Vaticano, com uns seis mil jovens, rapazes e raparigas em fase de discernimento vocacional
e mesmo de formação para o ministério e a vida consagrada, vindos a Roma em peregrinação,
no contexto do Ano da Fé, provenientes de 66 diversos países. O Papa Francisco recordou
que os sacerdotes, as religiosas e os religiosos têm de procurar a “fecundidade pastoral”
capaz de dar alegria e pediu-lhes que não sejam “estéreis”. Evocando experiências
pessoais de vida, com bom humor e numa linguagem coloquial, o Papa apresentou temáticas
relacionadas com a vida sacerdotal e consagrada. Antes de mais a alegria: é a alegria
que deve caracterizar a vida dos sacerdotes, das religiosas e dos religiosos. Quando
não deixam transparecer esta alegria, tal mostra que existe uma vida de verdadeira
doação, com o que representa de “paternidade e a maternidade pastoral”. “Quando um
padre não é pai da sua comunidade e quando uma irmã não é mãe de todos aqueles com
quem trabalha, torna-se triste”, afirmou o Papa. “Não se pode pensar um padre
ou uma irmã que não sejam fecundos. Isto não é católico”, disse o Papa. Para Francisco,
a alegria não se encontra nos últimos modelos de smartphones, nas coisas que se possuem,
nas “roupas da moda” ou nos “divertimentos em locais mais em voga”. Sobre os bens
que se possuem, o Papa disse não se sentir bem quando vê “um padre ou uma irmã com
o carro do último modelo”. “Não pode ser! O carro é necessário. Mas arranjem um carro
humilde… Pensem em quantas crianças morrem de fome. Só nisso!”, afirmou. O Papa
desafiou os candidatos ao sacerdócio e à vida religiosa a escolhas definitivas na
vida, reprovando a “cultura do provisório” que caracteriza as sociedades contemporâneas.
E desafiou os presentes à autenticidade, à coerência e a um percurso formativo que
inclua quatro “pilares”: “vida espiritual, vida intelectual, a vida apostólica e a
vida comunitária”. Francisco falou também de uma situação “terrível” e “muito comum”
no mundo clerical e religioso: “a má língua”, o “dizer mal”, o “falar pelas costas”.
“Tantas vezes o faço e envergonho-me”, disse o Papa, desafiando à amizade e à fraternidade
no interior das comunidades religiosas e diocesanas.