Seguir a própria consciência em dialogo com Deus - exortou o Papa aos cristãos este
domingo no Angelus
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Grande multidão
na Praça de São Pedro, também este domingo, para ouvir o Papa Francisco, que ao meio
dia, assomou à janela do Palácio Apostólico para a Oração Mariana do Angelus. Antes,
porém, teceu algumas reflexões centradas no Evangelho deste domingo, em que São Lucas
põe em evidência a decisão de Jesus de se pôr a caminho de Jerusalém, onde iria morrer
e ressuscitar, completando assim a sua missão de salvação. E a quem o quer seguir,
Jesus convida a abandonar tudo, a desligar-se dos afectos humanos, mas não impõe nada,
sublinhou energicamente o Papa, acrescentando que Jesus nunca impõe nada, é humilde,
convida, mas deixa a cada um a própria liberdade de agir conforme a própria consciência.
Mas atenção: embora Jesus tenha tomado a firme decisão de ir para Jerusalém,
e a tenha tomado livremente, em conformidade com a sua consciência, fê-lo em plena
comunhão com o Pai celeste. Como Verbo incarnado e Filho de Deus feito homem, Jesus
encontrava no Pai a força e a luz para o seu caminho. Mas não era telecomandado,
disse o Papa, frisando mais uma vez que Jesus nos quer livres tal como Ele próprio
era….
“Jesus era livre, naquela decisão era livre. A nós cristãos, Jesus
quer-nos livres come ele próprio foi; com aquela liberdade que vem do dialogo com
o Pai. Jesus não quer um cristão egoísta que segue o próprio eu, que não fala com
Deus; também não quer cristãos fracos, sem vontade, cristãos telecomandados, incapazes
de criatividade, que procuram sempre ligar-se à vontade de alguma outra pessoa e que
não são livres. Jesus quer-nos livres, dessa liberdade que vem da escuta de Deus.
Se um cristão não sabe falar com Deus, não é livre”
Tal como Jesus
também nós devemos aprender a agir conforme a nossa consciência. O que não quer dizer
seguir o próprio eu, advertiu o Santo Padre …
“Isto não significa seguir
o próprio eu, fazer o que me interessa, o que me convém, o que me agrada… Não é isso!
A consciência é o espaço interior de escuta da verdade, do bem, da escuta de Deus;
é o lugar interior da minha relação com Ele, que fala ao meu coração e me ajuda a
discernir, a compreender o caminho que devo percorrer, e uma vez tomada a decisão,
ir em frente, permanecer fiel”.
A este ponto o Papa evocou o Papa
emérito Bento XVI, que definiu um exemplo maravilhoso de seguimento da própria consciência
em concordância com Jesus…
“(…) quando o Senhor lhe fez compreender,
na oração, o passo que devia dar. Seguiu com grande sentido de responsabilidade e
coragem, a sua consciência, isto é a vontade de Deus que falava ao seu coração”
E o Papa concluiu pedindo a Nossa Senhora que - com grande simplicidade soube
escutar e meditar no seu intimo a Palavra de Deus e quanto acontecia a Jesus – para
que nos ajude a tornarmo-nos cada vez mais homens e mulheres de consciência, livres
na consciência, porque é na consciência que se dá o dialogo com Deus; homens e mulheres
capazes de auscultar a voz de Deus e de o seguir com decisão.