Washington (RV) - A Conferência Episcopal dos Estados Unidos da América (USCCB)
afirmou na tarde desta quarta-feira, 26, que a decisão do Supremo Tribunal que obriga
o Governo federal a reconhecer casamentos entre homossexuais representa um “dia trágico”
para o matrimônio e o país. “O Supremo Tribunal infligiu uma profunda injustiça ao
povo americano ao anular em parte o ato federal de defesa do casamento. O Tribunal
agiu mal”, assinala uma nota divulgada pela Conferência.
O Supremo Tribunal
dos Estados Unidos da América, numa votação apertada de 5 a favor e 4 contra, declarou
inconstitucional uma lei federal segundo a qual nem o Governo federal nem outros Estados
ficariam obrigados a reconhecer a validade de casamentos entre pessoas do mesmo sexo,
celebrados em Estados que os tivessem legalizado.
A lei, conhecida como ‘Defense
of Marriage Act’ (DOMA), tinha sido aprovada em 1996. Segundo os bispos católicos,
o governo deve “respeitar a verdade de que o casamento é a união de um homem e uma
mulher, mesmo que os Estados não o façam”.
A Conferência Episcopal dos Estados
Unidos lamenta, por outro lado, que o Supremo Tribunal tenha optado por não se pronunciar
sobre a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo no Estado da Califórnia,
onde foi aprovada judicialmente e posteriormente rejeitada pelos eleitores num referendo
estatal, abrindo portas a um contencioso que foi resolvido nos tribunais, mantendo
a primeira decisão.
“Agora que o Supremo Tribunal emitiu as suas decisões,
apelamos aos nossos líderes e ao povo desta boa nação, com renovado vigor, para ficarem
firmes, juntos, na promoção e defesa do único significado do casamento: um homem,
uma mulher, para toda a vida”, lê-se na nota.
A declaração do Presidente dos
bispos estadunidenses, Cardeal Timothy Dolan (Nova Iorque) e do Arcebispo Salvatore
Cordileone (San Francisco), responsável pela subcomissão para a promoção e defesa
do casamento, conclui com pedidos de oração para que as decisões do Tribunal sejam
“revistas e suas implicações esclarecidas”. (SP)