Cidade do Vaticano (RV) – A fé em Jesus Cristo é o ponto crucial da vida da
Igreja. Para o Papa Francisco, é o nosso grande tesouro.
Em suas homilias matutinas,
na Missa celebrada na Casa Santa Marta, na última sexta-feira Francisco falou justamente
deste e de outros tesouros, como amor, a caridade, o serviço, a paciência, a bondade
e a ternura.
A primeira coisa a fazer, explicou o Santo Padre, é perguntar:
«Qual é o meu tesouro?». E certamente não podem ser as riquezas, dado que o Senhor
diz: «Não acumuleis para vós tesouros na terra, porque no final perdem-se». De resto,
frisou o Papa, são «tesouros a risco, que se perdem»; e são também «tesouros que devemos
deixar, não os podemos levar conosco. Nunca vi um caminhão de mudança atrás de um
cortejo fúnebre», comentou.
Então, perguntou-se, qual é o tesouro que podemos
levar conosco no final da nossa vida terrena? A resposta é simples: «Podemos levar
o que demos, só isso. Mas o que poupamos para nós mesmos, não podemos levar conosco».
São coisas que os ladrões podem roubar, que se deterioram ou que ficarão para os herdeiros.
Enquanto «aquele tesouro que demos aos outros» durante a vida, vamos levar conosco
depois da morte «e ele será “o nosso mérito”»; ou melhor, frisou, «o mérito de Jesus
Cristo em nós». Também porque é a única coisa «que o Senhor nos deixa levar». O próprio
Jesus disse-o claramente aos doutores da lei que se gabavam da beleza do templo de
Jerusalém: «Não permanecerá pedra sobre pedra». Isto vale também «para os nossos tesouros
que dependem das riquezas do poder humano».
Fazendo um balanço parcial até
este momento deste Ano da Fé, o Arcebispo de São Paulo, Card. Odilo Pedro Scherer,
recorda que sem a referência fundamental a Jesus Cristo, nos tornamos uma ONG piedosa.
Para o Card. Odilo, entrevistado por Silvonei José, um ano é pouco, mas é o ponta
pé inicial para retomar essa dimensão na vida da Igreja: