2013-06-24 17:02:32

Papa Francisco e João XXIII


Cidade do Vaticano (RV)RealAudioMP3 O Concílio Vaticano II foi uma intuição surpreendente e necessária do Papa João XXIII. O anúncio, em 25 de janeiro de 1959, pareceu inicialmente como algo surpreendente, especialmente vindo de um Papa e de um homem de fé, de quem logo se havia percebido uma evidente e transparente bondade.

João XXIII, cujo nome de Batismo era Angelo Giuseppe Roncalli, foi eleito 261º Pontífice, em 28 de outubro de 1958, sucedendo Pio XII. Desde o início revelou um estilo que refletia a sua personalidade humana e sacerdotal amadurecida mediante uma significativa série de experiências e uma intensa vida espiritual.

O Papa que convocou e abriu o Concílio Vaticano II morreu na noite de 3 de junho de 1963 e foi Beatificado por João Paulo II em 3 de setembro de 2000.

Por ocasião do 50º aniversário da morte do Beato João XXIII, foi realizada no último dia 3 de junho, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, uma solene celebração Eucarística presidida pelo bispo de Bérgamo, que marcou também a peregrinação desta diocese, à qual pertence a pequena localidade de “Sotto il Monte”, terra natal do Papa Roncalli. No final da missa, o Papa Francisco falou sobre João XXIII e ressaltou:

"O mundo inteiro tinha reconhecido no Papa João um pastor e um pai. Como ele conseguiu atingir o coração de pessoas tão diferentes, até mesmo de muitos não-cristãos? Para responder a essa pergunta, podemos nos referir ao seu lema episcopal, Oboedientia et pax (obediência e paz). Essas palavras, anotou o Arcebispo Roncalli no Diário da Alma, na véspera de sua ordenação episcopal, são um pouco a minha história e a minha vida".

João XXIII também ficou conhecido como artífice da paz mundial. Papa Francisco, no seu discurso, falou desta característica do Papa Roncalli:

"Angelo Roncalli era um homem capaz de transmitir a paz, uma paz natural, serena e cordial. Uma paz que com sua eleição ao pontificado manifestou-se ao mundo inteiro e recebeu o nome da bondade. Esta foi, sem dúvida, uma característica de sua personalidade, que lhe permitiu construir amizades sólidas em todos os lugares e que se destacou de maneira particular em seu ministério como representante do Papa, desempenhado por quase três décadas, muitas vezes em contato com ambientes e mundos distantes do universo católico em que ele nasceu e se formou".

"Naqueles ambientes, ele se demonstrou um tecelão eficaz de relações e um válido promotor de unidade, dentro e fora da comunidade eclesial, aberto ao diálogo com os cristãos de outras Igrejas, com expoentes do mundo judeu e muçulmano e com muitos outros homens de boa vontade. Na verdade, o Papa João transmitia paz, porque tinha um coração profundamente pacificado, fruto de um longo e árduo trabalho sobre si mesmo, trabalho que deixou traços abundantes no Diário da Alma."

Papa Francisco destacou que a verdadeira fonte da bondade do Papa João, da paz que difundiu no mundo, estava no seu abandono cotidiano à vontade de Deus, o que permitiu que ele se distanciasse completamente de si mesmo e aderisse a Cristo, deixando emergir a santidade que a Igreja depois oficialmente reconheceu:

"Este é um ensinamento para cada um de nós e para a Igreja do nosso tempo: se nos deixarmos conduzir pelo Espírito Santo, se soubermos mortificar o nosso egoísmo para dar espaço ao amor do Senhor e sua vontade, encontraremos a paz, seremos construtores de paz e difundiremos a paz ao nosso redor. Cinquenta anos após sua morte, a sábia e paterna orientação do Papa João XXIII, o seu amor pela tradição da Igreja e consciência da necessidade constante de renovação, a intuição profética da convocação do Concílio Vaticano II e a oferta de sua vida por sua bondade vivida, permanecem como marcos na história da Igreja do século XX e como um farol de luz para o caminho que nos espera". (JE)











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