Amor a Cristo, amor à Igreja, amor ao homem: o retrato de Paulo VI, a 50 anos da sua
eleição
A 21 de junho
de 1963 era eleito Papa o cardeal João Batista Montini, Paulo VI. Para celebrar os
50 anos deste acontecimento, a diocese de Bréscia, sua terra natal, organizou uma
peregrinação a Roma, em que participam uns cinco mil fiéis. Neste sábado de manhã,
às 11 horas, o bispo de Bréscia celebrou a Eucaristia na basílica de São Pedro, concelebrada
com outros três bispos e uns cem padres. No final da celebração, o Papa Francisco
deslocou-se à basílica, para saudar os presentes, agradecendo os promotores da iniciativa.
Evocando a figura de Paulo VI, o Papa Francisco sublinhou três aspectos do seu testemunho
de vida: o amor a Cristo, o amor à Igreja e o amor ao homem. Antes de mais – sublinhou
– “Paulo VI soube testemunhar, em anos difíceis, a fé em Jesus Cristo.” “O amor
total a Cristo emerge em toda a vida de Montini, até mesmo na escolha do nome como
Papa, que ele motivou com estas palavras: (Paulo) é o Apóstolo ‘que, de modo supremo,
amou Cristo, que em sumo grau desejou e se esforçou por levar o Evangelho de Cristo
a todas as gentes, que por amor de Cristo ofereceu a sua vida”. No que diz respeito
à Igreja, é um amor apaixonado o que Paulo VI revela: “O amor à Igreja, um amor
apaixonado, é o amor de toda uma vida, feliz e doloroso, expresso desde a sua primeira
Encíclica – Ecclesiam suam. Paulo VI viveu em pleno as dificuldades da Igreja,
após o Vaticano II, as luzes, as esperanças, as tensões. Ele amou a Igreja e gastou
a sua vida por ela, sem reservas”. “É este o coração de um verdadeiro Pastor,
de um autêntico cristãos, de um homem capaz de amar!” – comentou o Papa Francisco,
observando ainda: “Paulo VI tinha uma visão muito clara de que a Igreja é uma Mãe
que leva Cristo e leva a Cristo.” Ao amor de Paulo VI a Cristo está intimamente
ligado o terceiro elemento sublinhado pelo Papa Francisco: “E o terceiro elemento:
o amor pelo homem. Também este está ligado a Cristo. É a mesma paixão de Deus que
nos leva a encontrar o homem, a respeitá-lo a reconhecê-lo, a servi-lo”. Papa
Francisco recordou a este propósito um discurso pronunciado na última sessão do Vaticano
II por Paulo VI, que referia a atenção que o Concílio dedicou ao homem contemporâneo,
considerando que toda a riqueza doutrinal conciliar se orientou numa única direcção:
“servir o homem. O homem, digamos, em todas as suas condições, em todas as suas
enfermidades, em todas as suas necessidades. A Igreja quase que se declarou a serva
da humanidade”. Foi com estas palavras de Paulo VI que o Papa Francisco concluiu
a evocação do seu predecessor, nos 50 anos da respectiva eleição, congratulando-se
com os peregrinos da diocese de Bréscia por este momento celebrativo: “O seu testemunho
alimenta em nós a chama do amor por Cristo, do amor pela Igreja, do impulso a anunciar
ao homem de hoje o Evangelho, com misericórdia, com paciência, com coragem, com alegria”.
^^^^^^^^^^^^^^ Neste sábado de manhã, o Papa Francisco recebeu em audiências
sucessivas, no Vaticano: - o Grão-Mestre da Soberana Ordem Militar de Malta, Frei
Mattew Festing, com o Séquito; - a Senhora D. Rosandic Saric, antiga Embaixadora
da Croácia na Argentina; e - o Padre François-Xavier Dumortier, Reitor da Pontifícia
Universidade Gregoriana.