Supostos homens
da Renamo, o maior partido da oposição de Moçambique, atacaram esta segunda-feira
(17), o paiol de Savane, no distrito de Dondo, província do Niassa. Da ofensiva resultaram,
segundo dados oficiais, cinco mortos e dois feridos graves, todos membros das Forças
Armadas de Defesa de Moçambique (FADM). No referido ataque, os supostos ex-guerrilheiros
da Renamo levaram consigo armas e munições em quantidades ainda não especificadas
e desapareceram sem deixar rastos. Renamo desmente a autoria dos ataques No
entanto, em jeito de reacção, a Renamo convocou esta quarta-feira (19) uma conferência
de imprensa, tendo aquela formação política, na pessoa, do chefe do departamento de
informação, Jerónimo Malagueta, dito que os acontecimentos de Savane, ou por outra,
o ataque ao paiol de Savane não tem nada a ver com as forças de defesa e segurança
da RENAMO. "O Governo e o partido no poder sabem muito bem disso; sabem quem foram
os atacantes, porém, para enganarem a comunidade moçambicana e internacional aparecem
a balbuciar de forma dissonante e, sempre com a RENAMO na ponta da língua. Sua Excelência
General Afonso Macacho Marceta Dhlakama já o disse repetidas vezes que a RENAMO não
é dona da guerra em Moçambique", afirmou Jerónimo Malagueta, chefe do departamento
da informação da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique. Primeiro-ministro
condena a violência sanguinária dos homens armados da Renamo Entretanto, o primeiro-ministro
de Moçambique, Alberto Vaquina, condenou os ataques que diz categoricamente, terem
sido engendrados pela Renamo. Igualmente o primeiro-ministro condenou as declarações
proferidas pela Renamo, segundo as quais, ameaça paralisar a movimentação de comboios
na linha-férrea que liga a cidade da Beira ao distrito de Moatize, na província de
Tete, bem como de viaturas ao longo da Estrada Nacional número 1 (EN1), que liga o
Norte e o Sul do país. Alberto Vaquina defendeu que os moçambicanos não devem
conviver num ambiente onde reinam mensagens de ameaças, mas sim num ambiente onde
existem mensagens de paz e direito de trabalho, factores que contribuem para o desenvolvimento
do país. “Todo o tipo de mensagem que possa ser contrário ao actual estágio de
Moçambique deve ser condenado. Moçambique tem um rumo, e o rumo de Moçambique é a
paz e o desenvolvimento. Todos nós sabemos o que foi suportar anos de guerra e de
instabilidade. Esse não é o caminho que nós queremos”, assegurou o primeiro-ministro
de Moçambique. Vaquina acrescentou ser difícil entender que um partido que está
representado na Assembleia da República (AR), que é precisamente um fórum de debates
de ideias, não encontre outros mecanismos pacíficos para fazer valer a suas ideias.
Ex-guerrilheiros da Renamo impedem circulação rodoviária e ferroviária A Renamo
tinha ameaçado esta quinta-feira (20) paralisar o tráfego rodoviário e ferroviário,
desde o Save à Muxúngwè, sul e centro de Moçambique, respectivamente, alegadamente,
porque o Governo moçambicano queria mobilizar militares para cercarem a aldeia se
Satungira em Sofala, onde se encontra a residir actualmente, o líder daquele partido
político da oposição, Afonso Dlhakama. Entretanto, dados oficiais indicam que
homens armados da Renamo protagonizaram nesta sexta-feira (21), ataques aos distritos
de Dondo e Chibabava, na província central de Sofala, os quais resultaram em pelo
menos 10 mortos e feridos, entre graves e ligeiros.Polícia deteve o chefe da Informação
da Renamo Em conferência de imprensa esta sexta-feira, o porta-voz do Comando-Geral
da Polícia da República de Moçambique, Pedro Cossa, confirmou a detenção do brigadeiro
da Renamo, Jerónimo Malagueta, por estar a proferir ameaças, as quais provocam instabilidade
social e política no país. De referir que nos dias 4 e 5 de Maio findo, guerrilheiros
da Renamo atacaram o quartel de Muxúngwè, da ofensiva resultaram pouco mais de dez
mortos e feridos. Hermínio José