Diretor de "Civiltà Cattolica": Papa Francisco exorta-nos a ser ponte entre a Igreja e o mundo

Cidade do Vaticano (RV) - Sejam "homens de fronteira", construtores de pontes entre a Igreja e o mundo. Foi o mandato que o Papa Francisco confiou à prestigiosa revista "La Civiltà Cattolica", na audiência desta sexta-feira, no Vaticano. Uma exortação que evidencia a dimensão missionária à qual é chamada a revista da Companhia de Jesus. A Rádio Vaticano pediu uma reflexão do diretor da "Civiltà Cattolica", Pe. Antonio Spadaro, após a referida audiência com o Santo Padre:

Pe. Antonio Spadaro:- "Encontrando o Papa Francisco, tive a impressão de uma grande atenção dele para com a "Civiltà Cattolica", da qual conhece muito bem a história e, sendo jesuíta, conhece também as motivações do nascimento dessa revista. Portanto, reiterou a importância dela para a Igreja e a ligação que tem com o Romano Pontífice. Foi um encontro que nos confirmou como Jesuítas no serviço ao Papa. Ademais, o fato de o Papa ser jesuíta é um elemento a mais, não determinante obviamente – sempre estivemos a serviço de todos os Papas, desde 1850 –, mas nos confirma neste serviço que nos mantém engajados há 163."

RV: "Sejam homens de fronteira", construam pontes, com mente e coração abertos. Estejam nas "encruzilhadas das ideologias", onde os Jesuítas sempre estiveram, disse o Papa. De certo modo, Francisco falou sobre a "Civiltà Cattolica" como se falasse sobre a Igreja mais em geral...

Pe. Antonio Spadaro:- "Absolutamente sim, e o fez com palavras que, entre outras coisas, retomaram algumas expressões de Paulo VI e, portanto, nesse sentido, há uma continuidade histórica. Das três palavras que nos confiou, ou seja, "diálogo", "discernimento" e "fronteira", justamente insistiu muito sobre a palavra fronteira. Aliás, de modo particular, espontaneamente, repetindo duas vezes: "Não queiram domesticar as fronteiras, vocês devem ir até elas!". Portanto, suas palavras expressam um grande impulso missionário, que nos confirma nessa missão tão importante e delicada de ser ponte entre a Igreja e o mundo." (RL)