2013-06-13 20:18:32

Há três meses era eleito Papa Francisco. "Estamos mergulhados nos seus gestos e palavras", diz jornalista argentina


Cidade do Vaticano (RV) – Em 13 de março passado era eleito o Cardeal Jorge Mario Bergoglio como sucessor de Bento XVI. Foram três meses vividos com grande intensidade pelo novo Pontífice na dimensão ‘bispo-povo/povo-bispo’, expressão proferida no balcão central da Basílica São Pedro naquela memorável noite de março. Para analisar estes primeiros três meses de pontificado, a Rádio Vaticano entrevistou a jornalista Stefania Falasca, ligada a Jorge Bergoglio com uma amizade de longa data:

Stefania Falasca: “A primeira impressão que eu tenho, nestes três meses, é que ...... é como se tivéssemos caminhado, como se tivéssemos entrado num caminho do qual não se pode voltar atrás. Até mesmo o Papa Francisco disse que “voltar” é uma tentação. Assim, nestes três meses, se devo dizer alguma coisa é isto: nos seus gestos e nas suas palavras repetidas, antes de tudo, teve fé no nome por ele assumido, que é tão simbólico para a história da Igreja, e que está ligado precisamente à reforma de vida e a um cristianismo vivido e testemunhado com profunda autenticidade. A isto acrescento aquilo que me toca profundamente: ele age com segurança e tranquilidade. Com coragem, sabe lidar com temas muito espinhosos, como fez com os fortes pronunciamentos sobre as riquezas, tanto na Igreja mas como no geral, no que tange aos problemas do mundo. Também está dando um bom exemplo de verdadeira prudência cristã, que é a virtude de quem governa. Porque digo isto? Porque ao contrário do que alguns acreditam, a prudência leva à ação, a prudência é uma virtude dinâmica, dizia São Tomás...”

RV: Já está delineado de forma clara qual é a idéia de Igreja que tem Papa Francisco?

Stefania Falasca: “Papa Bergoglio deu uma imagem daquilo que é a Igreja: daquilo que é a Igreja e daquilo que ela não é. Não é Igreja, aquela impregnada do espírito mundano e que por isto vive em si mesma, de e para si mesma, que acredita ter luz própria e assim, é auto-referencial. É Igreja, ao invés disto, aquela que brilha não com luz própria, mas aquela de Cristo, e usou uma imagem belíssima recorrendo à comparação que faziam os Padres da Igreja com a lua: a lua não brilha com luz própria, mas reflete a luz do sol. Esta é a Igreja. E esta percepção de Igreja é aquela que se manifesta com o Concílio Vaticano II. Eu acredito que neste horizonte estejam as possíveis mudanças e as reformas que servem para a salvação das almas. Dentro desta perspectiva de Igreja já estamos mergulhados no agir, nas palavras e nos gestos do Papa Francisco”.

RV: O testemunho de vida de Papa Francisco está produzindo muitos frutos. Quais poderiam ser os mais duradouros?

Stefania Falasca: “São precisamente aqueles ligados àquilo que serve para a salvação das almas. Papa Bergoglio está nos conduzindo e acompanhando, dia a dia, dentro deste horizonte, dentro de uma experiência vivida do Evangelho, no dia-a-dia, quotidiana, que seja de companhia na vida dos homens. E eu acredito que esta seja a perspectiva que será mais duradoura. Dizia Congar: aquilo que permanece, mesmo das reformas realizadas na Igreja, é sempre aquilo que é realizado em função das necessidades concretas das almas”. (JE)








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