Papa no Angelus: Deus nos perdoa sempre. É pura misericórdia
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco conduziu o Angelus deste domingo,
9 de junho, da janela da residência pontifícia para milhares de fiéis que lotaram
a Praça São Pedro.
Em sua alocução, o pontífice recordou que "o mês de junho
é, tradicionalmente, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, máxima expressão humana
do amor divino. De fato, sexta-feira passada, comemoramos a Solenidade do Coração
de Jesus, uma festa que dá consonância a todo o mês".
O Santo Padre explicou
que "a piedade popular dá muito valor aos símbolos. O Coração de Jesus é o símbolo,
por excelência, da misericórdia de Deus. Porém, não é um símbolo imaginário, mas um
símbolo real, que representa o centro, a fonte, da qual brota a salvação de toda a
humanidade".
Nos Evangelhos, encontramos diversas referências ao Coração de
Jesus. Por exemplo, na passagem onde o próprio Cristo diz: "Vinde a mim, vós todos
que estais cansados e oprimidos, e eu vos darei descanso. Tomai o meu jugo sobre vós
e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração", extraída do Evangelho de Mt
11,28-29.
"A seguir, é fundamental a narração da morte de Jesus, segundo São
João", disse Francisco. "Este evangelista dá testemunho do que viu no Calvário, ou
seja, quando Jesus já estava morto, um soldado transpassou-lhe o peito com uma lança
e, daquela ferida, saíram sangue e água. João reconheceu, naquele sinal, aparentemente
casual, o cumprimento das profecias: do Coração de Jesus, Cordeiro imolado sobre a
Cruz, brotou, para todos os homens, o perdão e a vida".
O Santo Padre frisou
que "a misericórdia de Jesus não é somente um sentimento. Pelo contrário, é uma força
que dá a vida, que ressuscita o homem! É o que nos diz também o Evangelho de hoje,
no episódio da viúva de Naim. Jesus, com os seus discípulos, estava quase chegando
a Naim, uma aldeia da Galileia, precisamente no momento em que se realizava um enterro:
estavam levando ao cemitério um jovem, filho único de uma mulher viúva".
Francisco
destacou que "o olhar de Jesus se fixou logo sobre aquela mãe em pranto. E o evangelista
Lucas diz: 'Ao vê-la, o Senhor sentiu grande comoção por ela. Esta compaixão representa
o amor de Deus para com o homem: se trata da sua misericórdia, ou seja, a atitude
de Deus em contato com a miséria humana, com a nossa indigência, o nosso sofrimento,
a nossa angústia. Com efeito, o termo bíblico compaixão evoca as vísceras maternas.
A mãe, de fato, tem uma reação típica materna diante da dor de um filho. Assim Deus
nos ama, diz a Escritura".
"Mas, qual é o fruto deste amor? Desta misericórdia?
É a vida! Jesus disse à viúva de Naim: "Não chore! Depois, dirigindo-se ao jovem morto,
o despertou como de um sono. A misericórdia de Deus dá vida ao homem, o ressuscita
da morte. O Senhor nos olha sempre com misericórdia, nos espera com misericórdia.
Não tenhamos medo de aproximar-nos d’Ele! Ele tem um Coração misericordioso! Se lhe
mostrarmos as nossas feridas interiores, os nossos pecados, Ele sempre nos perdoa.
Tudo isso é pura misericórdia", disse ainda o Papa Francisco.
O Santo Padre
fez um convite: "Dirijamo-nos à Virgem Maria. O seu coração imaculado, coração de
mãe, compartilhou ao máximo desta compaixão de Deus, sobretudo na hora da Paixão e
Morte de Jesus. Que Maria nos ajude a sermos mansos, humildes e misericordiosos com
os nossos irmãos"!
Após a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco recordou
a Beatificação de duas Religiosas polonesas, neste domingo, em Cracóvia.
Trata-se
de Sofia Czeska Maciejowska, que, na primeira metade do século XVII, fundou a Congregação
das Virgens da Apresentação da Bem-Aventurada Virgem Maria; e Margarida Lucia Szewczyk,
que, no século XIX, fundou a Congregação das Filhas da Bem-Aventurada Virgem Maria
das Dores. "Com a Igreja em Cracóvia, demos graças a Deus", disse o pontífice.
A
seguir, o Santo Padre saudou, com afeto, todos os peregrinos, grupos paroquiais, famílias,
estudantes, associações e movimentos presentes na Praça São Pedro. O Papa saudou também
os fiéis vindos de Mumbai, na Índia, e os peregrinos de Ortona, na Itália, onde são
venerados restos mortais do Apóstolo Tomé. (MT/MJ)