Papa: "Deus chora pela loucura da guerra, suicídio da humanidade que mata o amor"
Cidade do Vaticano (RV) – A guerra é o suicídio da humanidade porque mata o
coração e mata o amor”. Esta é uma das passagens da homilia do Papa Francisco na Missa
celebrada na manhã deste domingo, na Casa Santa Marta. A Sala de Imprensa da Santa
Sé, informou que um grupo de 80 pessoas – composto por parentes dos militares italianos
mortos nas missões de paz nos últimos 5 anos, em particular no Afeganistão e por alguns
militares feridos nas mesmas missões – participou da celebração. Neste 2 de junho
é celebrada a Festa da República, “um dia significativo”, lembrou o Ordinário Militar
para a Itália, Dom Vincenzo Pelvi, que concelebrou a Missa.
“O Senhor escuta
a oração de todos”, a de Salomão no dia da consagração do Templo, mas também a oração
de cada um de nós. Papa Francisco ilustra esta verdade, citando também o episódio
do centurião que pede a Jesus a cura do seu servo. “O nosso Deus é assim – acrescenta
– escuta a oração de todos”, todos não como se fossem “anônimos”, mas a oração “de
todos e de cada um”. “O nosso Deus é o Deus do grande e o Deus do pequeno; o nosso
Deus é pessoal”, escuta todos com o coração e ama com o coração”.
“Nós hoje
viemos para rezar pelos nossos mortos, pelos nosso feridos, pelas vítimas desta loucura
que é a guerra. É o suicídio da humanidade, porque mata o coração, mata onde está
a mensagem do Senhor: mata o amor! Porque a guerra provém do ódio, da inveja, do desejo
de poder, mas também - muitas vezes o vemos – daquela vontade por mais poder”.
E
também na história, constata Papa Francisco, “tantas vezes, vimos que os problemas
locais, os problemas econômicos, as crises econômicas”, “os grandes da terra querem
resolvê-los com uma guerra”:
“Por que? Porque o dinheiro é mais importante
que as pessoas para eles! E a guerra é exatamente isto: é um ato de fé ao dinheiro,
aos ídolos, aos ídolos do ódio, ao ídolo que leva a matar o irmão, que leva a matar
o irmão. Me vem em mente aquela palavra do nosso Pai Deus a Caim, que por inveja,
matou o seu irmão: ‘Caim, onde está o teu irmão?’. Hoje podemos sentir esta voz: é
o nosso Pai Deus que chora, que chora por esta nossa loucura, que pergunta a todos
nós ‘Onde está o teu irmão?’; que pergunta a todos os poderosos da Terra: “Onde está
vosso irmão? O que você fez?”
Neste ponto, o Santo Padre rezou ao Senhor
para que “afaste de nós todo o mal”, repetindo esta oração “mesmo que com lágrimas,
com aquelas lágrimas do coração”:
“Volte-se para nós, Senhor, e tenha misericórdia
de nós, porque estamos tristes, estamos angustiados. Veja a nossa miséria e a nossa
pena e perdoa todos os pecados”, porque por trás de uma guerra sempre existem os pecados:
existe o pecado da idolatria, o pecado de abusar do ser humano no altar do poder,
de sacrificá-los. “Volte-se para nós Senhor, e tenha misericórdia, porque estamos
tristes e angustiados. Veja a nossa miséria e a nossa pena”. Estamos certos que o
Senhor nos escutará e fará qualquer coisa para nos dar o espírito de consolação. Assim
seja”.
Ao final da Missa foi recitada a “oração pela Itália’, do Beato
João Paulo II. (JE)