2013-05-29 11:38:43

Cardeal Sandri: apelo em prol dos refugiados sírios


Beirute (RV) - “Violências e abusos na Síria atingiram dimensões horríveis”: esta é a última denúncia da Responsável do Conselho para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, que na última segunda-feira abriu em Genebra a sessão anual do Conselho. E sobre o grande sofrimento por que passam os sírios é testemunha também o Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais atualmente no Líbano, primeira etapa da viagem que está realizando pelo Oriente Médio. Cardeal Sandri leva também às populações a proximidade do Papa. O purpurado falou à Rádio Vaticano.

R.- “Levei a todos os bispos, de todas as quatro Igrejas que eu visitei uma mensagem de paz, de esperança, que me deu pessoalmente Sua Santidade Francisco, e que eu transmiti com todo o amor que ele tem por essas populações e por esta região e com toda a dor que ele tem, vendo todo esse sofrimento. Eu pude fazer a mesma coisa também com os refugiados, que eu visitei nos acampamentos próximos à fronteira com a Síria – refugiados sírios –, e com uma família católica, que veio até a sede episcopal para uma saudação. A mensagem do Papa foi, portanto, de proximidade, de desejo, para que verdadeiramente seja colocada a palavra “fim” nesta guerra, pela qual Ele reza e sofre”.

P.- A visita ao acampamento dos refugiados sírios no último domingo foi um momento muito forte...

R. – "Estamos todos verdadeiramente muito chocados: ver todas essas crianças que sofrem situações de exílio, de pobreza, sem os serviços higiênicos. Para mim foi um grande momento de participação à dor deles e eles sentiram a dor e a proximidade do Papa. Vi que falta tudo. Portanto, se através da rádio alguém me ouve: faltam remédios, sobretudo para as mulheres, para as mulheres grávidas e para as crianças. O que for possível fazer, que se faça através da Caritas Líbano".

P. – Durante esta visita o senhor lançou um apelo em favor da libertação dos dois bispos de Aleppo, que foram sequestrados um mês atrás...

R. – "Sim, eu fiz com muito sentimento: conheço um deles, Ibrahim, o bispo sírio-ortodoxo de Aleppo; ouve-se dizer que num momento estão bem, e em outro estão mal. Por favor, peço aos senhores que os mantém como reféns, restituam-nos às suas Igrejas, às suas dioceses, esse será um gesto que os honrará e que certamente lhes dará a benção de Deus".

P. – O senhor pôde sentir no Líbano toda a tensão que pesa sobre esse país, ligada ao conflito na Síria?

R. – "Sim, certamente aqui se vive uma grande tensão e se verificam alguns sinais de violência, mas tudo é dominado por uma grande esperança. Todos os ambientes que eu visitei – católicos, cristãos, dos bispos ortodoxos, dos leigos, de religiosos e religiosas – não fazem outra coisa que pedir que a guerra não se estenda ao Líbano, que vença a paz. Portanto, apesar da tensão presente, há, sobretudo, uma grande confiança em Deus e em Nossa Senhora. Vocês deveriam ver a peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora de Harissa; muita gente, jovens, alguns, descalços sobrem a montanha, para pedir paz, para rezar pelo Líbano, pela Igreja, pelo Papa, por todo o mundo". (SP)







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