2013-05-28 10:45:19

Encontro dos Superiores Gerais: "situação-terremoto"


Roma (RV) - Concluiu-se na última sexta-feira, em Roma, a Assembleia Geral dos Superiores Gerais (22-24 maio) dedicada ao serviço da autoridade no caminho da vida religiosa na “situação-terremoto” de hoje. Presentes 120 Superiores Gerais reunidos no Salesianum para a sua 81ª Assembleia Geral dedicada ao “Exercício da liderança na vida consagrada a 50 anos do Vaticano II”.

O confronto de experiências e de reflexões foi particularmente vivaz, rico e participado. “O tempo atual – explica Padre Flavio Peloso, Superior dos Orionitas e membro do Conselho Diretivo da União dos Superiores Gerais – é apresentado, com razão, como uma situação de terremoto”.

“Como referiu no seu discurso Padre Bartolomeo Sorge, ‘a crise em ato na sociedade é uma crise estrutural e não simplesmente conjuntural’ e envolve não somente o mundo, a sociedade, mas também a Igreja e os Institutos de Vida Consagrada”.

“Pois bem, o serviço da liderança em uma ‘situação-terremoto’ é particularmente necessário, sobretudo para ativar reações de discernimento, co-responsabilidade e fidelidade”.

Participaram também da Assembleia dos Superiores Gerais as máximas autoridades do Dicastério Vaticano que preside as ordens religiosas da Igreja, o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz, e o Secretário, Dom José Rodriguez Carballo.

“O tema da liderança na vida consagrada – acrescenta Padre Peloso –, é um tema quente, que chama a atenção imediatamente para as problemáticas atuais da vida consagrada e os processo em ato de mudança de mentalidade”

“Foi compartilhado – prossegue Padre Peloso – que nas Congregações hoje está particularmente em crise a autoridade/liderança nas comunidades locais, com graves consequências para a unidade, a fidelidade e o progresso da vida dos co-irmãos e das comunidades. Deve ser relançado e modelado o serviço da autoridade, mas relançado contemporaneamente o valor e o exercício da obediência, ativa e responsável, na qual porém, são passagens necessárias que vão além do compreendido e compreensível, e requerem uma obediência ‘por fé’, que no passado era definida ‘cega’”.

“Na relação de autoridade – explica ainda Padre Peloso – nos é pedido uma mudança de mentalidade: do auto-referencial, à reciprocidade, do caminhar juntos. A crise de autoridade é efeito/causa – mais efeito do que causa – da crise da sociabilidade e das relações. São as nossas relações comunitárias que, antes de tudo, devem ser humanizadas e evangelizadas; deveriam se tornar lugar de exercício do reconhecimento do outro, de diálogo verdadeiro, de co-responsabilidade, da primazia da misericórdia, do sentido de pertença, da valorização de cada um; da abertura ao dom, do reconhecimento do chamado e do projeto de Deus na história cotidiana”.

“Nós religiosos – conclui Padre Peloso – caminhamos com todo o contexto sócio-eclesial no qual a crise de liderança refere-se também a todas as diversas realidades eclesiais, a família, a política, os diversos âmbitos sociais. Neste caminhar com todos, em uma época que requer grande discernimento e também grande decisão de mudança, somos chamados a fazer emergir a esperança, o sentido do bem possível, certos da ação da Divina Providência na história”. (SP)







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