2013-05-27 20:56:26

A oração das crianças da Primeira Comunhão pelo Papa Francisco


Cidade do Vaticano (RV) - A primeira visita do Papa Francisco a uma paróquia romana deixou muitas palavras e muitos gestos que ficarão impressos na memória. A visita do Bispo de Roma, neste domingo, a uma de suas paróquias foi um encontro vivido com sentimento de grande participação no qual, entre outras coisas, o Santo Padre deu a Primeira Comunhão a 16 crianças.

Em particular, impressionou o seu inclinar-se diante das crianças pedindo a oração e a bênção delas. O pensamento voltou-se para 13 de março, dia de sua eleição à Cátedra de Pedro, quando, do Balcão Central da Basílica Vaticana, se apresentou ao mundo pedindo a oração dos fiéis para que Deus o abençoasse.

A esse propósito, entrevistado pela Rádio Vaticano, o biblista Mons. Roberto Penna, docente na Pontifícia Universidade Lateranense, falou-nos sobre a origem e o valor da bênção, que a Igreja indica entre os sacramentais, ou seja, gestos sacros:

Mons. Roberto Penna:- "Existe na origem uma prática judaica, não grega, não romana, mas judaica, em que a bênção é dada por Deus e também a Deus. No primeiro caso, é típico do texto do Livro dos Números, capítulo 6º (versículos 24-26), uma fórmula que creio seja inclusive conhecida, na qual diz: "O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça resplendecer o seu rosto diante de ti e te seja benigno! O Senhor mostre para ti a sua face e te conceda a paz!" Esse é um texto belíssimo. Há, porém, em particular no culto da sinagoga, a bênção a Deus, não no sentido que se queira fazer a Deus um favor ou auspiciar-lhe o bem, mas no sentido de reconhecer o seu ser diferente, a sua superioridade, o seu dinamismo salvífico. Deus é bendito porque Ele é meu amigo – digamos em termos muito simples –, em que a bênção equivale quase a um agradecimento."

RV: O Papa Francisco inclinou a cabeça diante das crianças, como para pedir-lhes uma bênção. Que valor pode ter a mais – por assim dizer – a bênção dos puros de coração?

Mons. Roberto Penna:- "É um pedido paterno, que expressa a comunhão dele com as crianças e aprecia a relação delas consigo, com ele, com o Papa. É uma bênção pura, fresca, que não pode deixar de fazer bem."

RV: O Papa Francisco nos pede que não sejamos cristãos engomados, cristãos de museu, cristãos com tempo limitado, pede-nos também bênçãos – como a pedir-nos que sejamos cristãos vivos, verdadeiros...

Mons. Roberto Penna:- "Exatamente. E na medida em que esta bênção implica, não somente uma relação antropológica em nível de pura relação humana, mas implica e requer a bênção de Deus mesmo em Jesus Cristo. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou." (RL)







All the contents on this site are copyrighted ©.