Governo chinês responde ao Papa Francisco: "a China protege a liberdade religiosa"
Pequim (RV) - A China "protege a liberdade religiosa" e a Igreja Católica do
país "desfruta de um desenvolvimento saudável", assinalou nesta quinta-feira o Governo
comunista em resposta à chamada que o Papa Francisco fez na Audiência desta quarta-feira,
para que os fiéis do gigante asiático possam viver “de maneira coerente sua fé”.
“A
China sempre foi sincera no seu desejo em melhorar as relações com o Vaticano e fez
esforços positivos neste sentido”, assinalou numa coletiva de imprensa o Porta-voz
do Ministério dos Assuntos Exteriores chinês, Hong Lei.
Hong assegurou que
o Governo chinês “apóia o papel desempenhado por figuras religiosas e por fiéis na
promoção do desenvolvimento econômico e social”, porém insistiu que “a tradição na
Igreja Católica do país asiático é gerir seus assuntos de forma independente”.
Ademais,
o Vaticano é o único Estado europeu que reconhece Taiwan como País. Uma das condições
para o restabelecimento de relações é a ruptura de relações diplomáticas com Taipei.
“Esperamos que o Vaticano crie condições favoráveis para a melhoria nas relações diplomáticas”,
conclui o Porta-voz.
Na Audiência Geral desta quarta-feira, 22, o Papa Francisco
lançou um apelo em favor dos católicos chineses “para que possam anunciar com humildade
e alegria a Cristo e servir a seu país e a seus compatriotas de maneira coerente com
a fé que professam”. “Convido a todos os católicos do mundo – disse o Santo Padre
– a unirem-se em oração com os irmãos e irmãs que estão na China”.
A troca
de declarações entre China e Vaticano é a primeira desde que Papa Francisco e o Presidente
chinês Xi Jinping, assumiram suas funções em meados de março.
Na China existem
entre 8 e 12 milhões de católicos, divididos entre os pertencentes à Igreja Patriótica
(‘oficial’) – controlada pelo governo – e a clandestina, em comunhão com Roma e perseguida
pelo regime comunista chinês em algumas ocasiões.
Nos últimos anos houve progressos
nas relações - quando foram nomeados Bispos com a aprovação do Vaticano -, mas também
de tensões, quando a Igreja Patriótica nomeou bispos sem o conhecimento da Santa Sé.
O governo chinês e a Santa Sé romperam relações diplomáticas em 1951, depois
que o Papa Pio XII excomungou dois Bispos designados pelo governo chinês, que por
sua vez expulsou o Núncio Apostólico, que estabeleceu-se em Taiwan. (JE)