2013-05-22 20:18:32

Moçambique: Médicos e outros profissionais de Saúde estão em Greve


RealAudioMP3 Médicos e outros profissionais de Saúde observam desde segunda-feira finda (20) uma greve geral de cinco dias à escala nacional. Por detrás da interrupção das actividades, estão o aumento salarial em 100 porcento e estatuto dos profissionais da classe.
Na sequência desta greve em Moçambique, várias unidades sanitárias estão total ou parcialmente encerradas devido à ausência dos profissionais, embora a situação esteja de forma titubeante a ser atenuada pelo plano de contingência desenhado pelo Ministério da Saúde de pôr estudantes e estagiários de Saúde a tomar conta dos doentes e demais utentes das unidades sanitárias do país.
Doentes sem atendimento hospitalar
A nível da cidade e província de Maputo, por exemplo, o porta-voz do Ministério da Saúde, Francisco Cândido, confirmou que pelo menos dois centros de Saúde, sendo um na Matola e outro na capital do país, não funcionaram durante toda a manhã desta segunda e terça-feiras. E em consequência disso, muitos doentes acabaram regressando às suas casas sem ter recebido o almejado atendimento hospitalar.
Grevistas ameaçados
Entretanto, a Rádio Vaticano em Maputo, entrevistou esta terça-feira, o porta-voz da Comissão dos Profissionais de Saúde Unidos, Adolfo Baú, que segundo afirma, na sequência da paralisação das actividades dos profissionais da classe, alguns dirigentes das unidades sanitárias têm estado a ameaçar os seus funcionários em greve, chegando até a dizer que serão expulsos.
Adolfo Baú, faz-nos um breve relatório das ameaças de que são alvos os profissionais de saúde que paralisaram as suas actividades
A nossa reportagem tentou sem sucesso falar com João Fumane, director-geral do Hospital Central de Maputo, a maior unidade sanitária de Moçambique, alegadamente porque estava a tratar doutros assuntos. Curiosamente, nessa ocasião, João Fumane, dirigia-se a alguns médicos e profissionais que esta segunda-feira paralisaram as actividades, ameaçando-os de expulsão.
Devido a greve, o Governo acciona plano de contingência
No âmbito do plano de contingência do Ministério da Saúde de Moçambique, dezenas de estudantes dos institutos médios e Superior de Ciências de Saúde foram mobilizados para prestar apoio nas unidades sanitárias onde vários médicos, enfermeiros e serventes não compareceram ao trabalho.
No entanto, para o representante dos Profissionais de Saúde, este plano de contingência do Governo não vai resolver os problemas, pois os estudantes não são profissionais e nem têm experiência para exercer as actividades que lhes foram incumbidas, o que pode perigar a vida dos pacientes.
Ministério da Saúde diz que a greve é ilegal
Entretanto, o Ministério da Saúde (MISAU) e a Associação Médica de Moçambique (AMM) manifestam-se dispostos a regressar ao diálogo para ultrapassar a crise, mas nenhuma das partes parece disposta a dar o primeiro passo. Fonte da agremiação dos médicos de Moçambique disse que a greve vai durar até que sejam satisfeitas as suas reivindicações, e que voltarão à mesa de negociações assim que o primeiro sinal for dado pelo Governo. De salientar que um comunicado do Ministério da Saúde, emitido esta segunda-feira, considera que a greve dos médicos convocada para esta semana pela Associação Médica de Moçambique (AMM) é ilegal, na medida em que a Constituição da República não atribui competência às associações profissionais para convocar greves.
De acordo com o mesmo documento, o Ministério da Saúde recebeu no dia 13 de Maio de 2013, um Caderno Reivindicativo da Associação Médica de Moçambique e de uma Comissão denominada Profissionais de Saúde Unidos (PSU) exigindo entre outras reivindicações, um aumento salarial na ordem de 100 por cento, acompanhada por uma carta de pré-aviso de greve geral dos médicos e dos restantes profissionais de saúde.
Hermínio José








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