Moçambique: Médicos e outros profissionais de Saúde estão em Greve
Médicos e outros profissionais
de Saúde observam desde segunda-feira finda (20) uma greve geral de cinco dias à escala
nacional. Por detrás da interrupção das actividades, estão o aumento salarial em 100
porcento e estatuto dos profissionais da classe. Na sequência desta greve em Moçambique,
várias unidades sanitárias estão total ou parcialmente encerradas devido à ausência
dos profissionais, embora a situação esteja de forma titubeante a ser atenuada pelo
plano de contingência desenhado pelo Ministério da Saúde de pôr estudantes e estagiários
de Saúde a tomar conta dos doentes e demais utentes das unidades sanitárias do país.
Doentes sem atendimento hospitalar A nível da cidade e província de Maputo,
por exemplo, o porta-voz do Ministério da Saúde, Francisco Cândido, confirmou que
pelo menos dois centros de Saúde, sendo um na Matola e outro na capital do país, não
funcionaram durante toda a manhã desta segunda e terça-feiras. E em consequência disso,
muitos doentes acabaram regressando às suas casas sem ter recebido o almejado atendimento
hospitalar. Grevistas ameaçados Entretanto, a Rádio Vaticano em Maputo, entrevistou
esta terça-feira, o porta-voz da Comissão dos Profissionais de Saúde Unidos, Adolfo
Baú, que segundo afirma, na sequência da paralisação das actividades dos profissionais
da classe, alguns dirigentes das unidades sanitárias têm estado a ameaçar os seus
funcionários em greve, chegando até a dizer que serão expulsos. Adolfo Baú, faz-nos
um breve relatório das ameaças de que são alvos os profissionais de saúde que paralisaram
as suas actividades A nossa reportagem tentou sem sucesso falar com João Fumane,
director-geral do Hospital Central de Maputo, a maior unidade sanitária de Moçambique,
alegadamente porque estava a tratar doutros assuntos. Curiosamente, nessa ocasião,
João Fumane, dirigia-se a alguns médicos e profissionais que esta segunda-feira paralisaram
as actividades, ameaçando-os de expulsão. Devido a greve, o Governo acciona plano
de contingência No âmbito do plano de contingência do Ministério da Saúde de Moçambique,
dezenas de estudantes dos institutos médios e Superior de Ciências de Saúde foram
mobilizados para prestar apoio nas unidades sanitárias onde vários médicos, enfermeiros
e serventes não compareceram ao trabalho. No entanto, para o representante dos
Profissionais de Saúde, este plano de contingência do Governo não vai resolver os
problemas, pois os estudantes não são profissionais e nem têm experiência para exercer
as actividades que lhes foram incumbidas, o que pode perigar a vida dos pacientes. Ministério
da Saúde diz que a greve é ilegal Entretanto, o Ministério da Saúde (MISAU) e a
Associação Médica de Moçambique (AMM) manifestam-se dispostos a regressar ao diálogo
para ultrapassar a crise, mas nenhuma das partes parece disposta a dar o primeiro
passo. Fonte da agremiação dos médicos de Moçambique disse que a greve vai durar até
que sejam satisfeitas as suas reivindicações, e que voltarão à mesa de negociações
assim que o primeiro sinal for dado pelo Governo. De salientar que um comunicado do
Ministério da Saúde, emitido esta segunda-feira, considera que a greve dos médicos
convocada para esta semana pela Associação Médica de Moçambique (AMM) é ilegal, na
medida em que a Constituição da República não atribui competência às associações profissionais
para convocar greves. De acordo com o mesmo documento, o Ministério da Saúde recebeu
no dia 13 de Maio de 2013, um Caderno Reivindicativo da Associação Médica de Moçambique
e de uma Comissão denominada Profissionais de Saúde Unidos (PSU) exigindo entre outras
reivindicações, um aumento salarial na ordem de 100 por cento, acompanhada por uma
carta de pré-aviso de greve geral dos médicos e dos restantes profissionais de saúde.
Hermínio José