2013-05-22 13:42:31

Iraque: apelo do Patriarca caldeu Sako


Bagdá (RV) - O apego às próprias raízes étnicas e culturais “caldeias” não deve se tornar culto fanático de sua identidade nacional, se não se deseja ofuscar a catolicidade da Igreja. Essa a mensagem-chave que o Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Dom Louis Raphael I Sako quis expressar em uma carta dirigida ao clero da sua Igreja, para compartilhar com bispos, sacerdotes e religiosos as preocupações e as esperança sobre o atual momento vivido pelas várias realidades eclesiais por ele guiadas.

Na carta, enviada à agência Fides, Dom Sako descreve a Igreja Caldeia como uma realidade “ferida” e “dispersa”, delineando entre as causas desta condição deplorável também a desestabilização no país após a queda do regime de Saddam e “a fuga de alguns sacerdotes para o Ocidente, muitos dos quais passaram para outras Igrejas”.

Sobre o chamado de atenção ao nacionalismo caldeu que às vezes suscitam controvérsias também em âmbito eclesial, o patriarca caldeu sublinha que “não é um defeito amar a própria nação e ser orgulhoso dela”. O defeito consiste em considerá-la superior às demais, pior ainda quando alguém insulta quem não pertence à sua identidade nacional. “Verificou-se algo do gênero nos últimos tempos”.

A deriva nacionalista da identidade – que parece às vezes contagiar alguns sites na internet e alguns grupos de militantes políticos – segundo Dom Louis Raphael I – corre o risco de ofuscar a mesma catolicidade da Igreja cadeia: hoje nela estão “assírios, árabes e curdos: devemos torná-los todos caldeus? E o que devemos dizer então aos caldeus muçulmanos?”, pergunta-se o patriarca.

No seu parecer, as diversas sensibilidades eclesiais no que diz respeito à chamada “caldeidade” não devem ser interpretadas como contraposição entre uma “minoria” e uma “maioria”. Falar dessas dinâmicas em termos de “vitória, como se estivéssemos em guerra”, representa, segundo o patriarca “uma vergonha”.

Na carta, Dom Sako reafirma que o compromisso direto na política é uma prerrogativa própria dos leigos e que os sacerdotes não podem se propor como militantes ou membros das diversas siglas partidárias, porque a sua vocação sacerdotal está “ao serviço de todos, sem exceção”. (SP)







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