2013-05-21 18:51:31

Carta dos Direitos da Família é reeditada ao completar 30 anos


Cidade do Vaticano (RV) - A Carta dos Direitos da Família, publicada pela Santa Sé em 22 de outubro de 1983, completará 30 anos. Marcando este aniversário, o documento foi reeditado pela Livraria Editora Vaticana.

A reedição, feita sob os cuidados do Pontifício Conselho para a Família, traz uma Nota de apresentação e um Comentário do presidente do Dicastério vaticano, o Arcebispo Vincenzo Paglia. À venda em quatro línguas (italiano, francês, inglês e espanhol), o volume terá as versões em polonês e árabe.

Trinta anos não "diminuíram a atualidade" de um dos mais bonitos documentos de alcance internacional das últimas décadas", escreve Dom Paglia. Certamente, não se trata de um "documento assegurador" a ser arquivado e confiado aos historiadores, mas "inquietador", no sentido que hoje relido "nos provoca".

De fato, acrescenta o presidente do Pontifício Conselho para a Família, vivemos "uma aceleração sem igual da história", testemunhas de "um dúplice frenesi" que tem em seu centro justamente a família, comumente considerada a instituição "mais sólida" e "sem igual", abalada em seus fundamentos: de um lado, reconfirmada em seu "valor", de outro, alterada em sua "identidade". Devemos refletir mais sobre isso, observa Dom Paglia.

A Carta – emanação da Declaração universal dos direitos humanos, feita pela ONU em 1948, em que se reconhece a família como "núcleo natural e fundamental da sociedade" – oferece-nos hoje uma base adequada para uma elaboração conceitual em nível "psicológico, moral, cultural e religioso".

Passado o tempo em que a família era imputada, sob hipótese de uma revolução do viver privado, hoje – explica Dom Paglia – não se nega nem se refuta a família, mas se aceita que junto a esta coexistem outras formas de vida e experiências relacionais, "aparentemente compatíveis com ela, mas que na realidade provocam a sua desagregação".

Não somente tolerar, mas legitimar todo estilo de vida, está levando – adverte o prelado – "a modelar o viver social segundo paradigmas caracterizados por um individualismo que não tem somente natureza psicológica (...), mas inéditas conseqüências sócio-relacionais".

Não é um problema doutrinário ou acadêmico. "O que está em questão não é o pensado e nem mesmo o pensável em tema de família: é, sobretudo, o que é vivido ou, melhor dizendo, o vivível. O que o que está em questão é a própria experiência que torna humana a nossa vida cotidiana." (RL)







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