Patriarca Maronita adverte políticos libaneses: ajudem a construir nosso país e não
se envolvam na Síria
Bogotá (RV) - Na longa viagem pastoral que realiza pela América Latina, o Patriarca
Maronita de Antioquia e de todo o Oriente, Bechara Raí, advertiu no último sábado
os políticos libaneses que não conseguem chegar a um acordo sobre a nova lei eleitoral,
para fazer o país sair da grave crise político-institucional.
“Eu – disse o
Patriarca em Bogotá - considero os políticos libaneses responsáveis perante a história
e a consciência Nacional. Se não conseguem aprovar uma lei eleitoral digna para o
nosso país, eles vão desiludir o povo”. Segundo Raí, “o Líbano tem necessidade de
pessoas novas para governá-lo”. A perpetuação da indefinição política, o impasse
sobre a lei eleitoral e a impossibilidade em formar um novo governo, apenas confirma
que a atual classe política libanesa “é indigna e incapaz de assumir-se como liderança
do País”.
O Patriarca Maronita ainda dirigiu palavras fortes sobre a posição
das diversas forças libanesas em relação ao conflito sírio: “A guerra na Síria – disse
– dividiu os libaneses em duas facções, uma parte com a oposição e outra parte com
o governo Assad. Mas eu afirmo em alta voz que isto não tem a ver conosco, não devemos
interferir nos assuntos internos de nenhum país. Digo aos políticos e aos responsáveis
libaneses: pensem em construir o vosso país, ao invés de tomar parte na guerra na
Síria. Deixem de brincar com o destino do nosso país que tanto deu ao mundo”.
Bechara
deplorou, sobretudo, a condição dos jovens, que após terem estudado na universidade
são forçados a emigrar devido à insegurança e à precariedade existente na sociedade
libanesa.
Especificamente sobre o tema da lei eleitoral, o Patriarca afirmou
que os políticos não devem perseguir o próprio ganho pessoal ou interesses sectários,
mas “aquilo que favoreça o bem comum da Nação. Sobretudo, não se pode permanecer sem
governo em uma conjuntura histórica tão delicada”.
“Eu espero que este apelo
entre nos corações e nas consciências dos políticos para que predisponham uma lei
eleitoral que possa servir a dignidade do país e do povo libanês. Caso contrário –
concluiu – deixem todos os próprios postos do governo”. (JE)