Apelo do Papa Francisco em favor da liberdade religiosa
Cidade do Vaticano (RV) - O Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone,
enviou uma mensagem, em nome do Papa Francisco, aos participantes do seminário de
estudos intitulado "Liberdade religiosa hoje. Edito de Milão do Imperador Constantino:
1.700 anos depois", que teve início nesta sexta-feira, em Istambul, na Turquia.
O
encontro é promovido pelo Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, junto
com o Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), e reúne até sábado, 18,
na cidade turca, duas delegações das Igrejas Católica e Ortodoxa do continente europeu.
Na
mensagem, o Papa Francisco faz um apelo às autoridades civis para que seja respeitado,
à luz do decreto histórico de Constantino, o direito dos fiéis de viverem publicamente
sua fé e convida todos os europeus a tomarem consciência do papel que o cristianismo
desempenhou na formação da cultura do continente e a permanecerem abertos à contribuição
contínua que os fiéis cristãos podem dar nesse sentido.
O Papa saúda fraternalmente
Bartolomeu I e manifesta a esperança de ver em breve "o dia em que as divisões do
segundo milênio serão definitivamente coisas do passado".
Durante a abertura
do seminário, Bartolomeu I disse que a Igreja vive e não desapareceu da vida pública,
mas permeia com o Evangelho de Jesus e o sangue dos mártires as sociedades e instituições,
até mesmo quando é perseguida.
Em sua saudação ao Patriarca, o Santo Padre
salienta que espírito do Evangelho e a cristandade são a única maneira de garantir
o progresso e preservar a paz.
Esta manhã, o Presidente do CCEE, Cardeal Peter
Erdo, se deteve em sua palestra sobre a situação dos cristãos na Europa.
"O
primeiro elemento da cultura atual, tão presente na Europa, é a negação prática de
Deus, considerado muitas vezes como algo abstrato e distante. Neste contexto, é quase
natural considerar a religião e a relação com Deus como opiniões subjetivas, aspectos
que não podem ter um caráter social, mas deve ser relegado à esfera privada do indivíduo",
frisou o purpurado.
Com a ajuda de especialistas, os participantes abordam
o tema da liberdade religiosa a partir de três perspectivas: a liberdade religiosa
do ponto de vista das comunidades religiosas, com o pronunciamento de representantes
das comunidades judaica, muçulmana, ortodoxa e católica, a realidade da liberdade
religiosa no mundo e a relação entre religião, política e sociedade. (MJ)