Bienal de Veneza: apresentada participação da Santa Sé
Cidade do Vaticano (RV) – A Santa Sé estará presente pela primeira vez com
um pavilhão na Bienal de Arte Veneza. A participação do Vaticano na Bienal foi apresentada
na manhã desta terça-feira na Sala de Imprensa da Santa Sé e contou com a participação
do Presidente do Pontifício Conselho da Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, do Diretor
dos Museus Vaticanos, Prof. Antonio Paolucci e do Presidente da Bienal, Prof. Paolo
Baratta. A 55ª edição da Bienal realizar-se-á de 1º de junho a 24 de novembro de
2013.
Para esta primeira participação com um pavilhão na Bienal, foi escolhido
como tema o primeiro livro da Bíblia, o Gênesis, “um tema fundamental para a cultura
e a tradição da Igreja e fonte de inspiração de muitas obras que marcaram a história
da arte”. Assim, as obras no pavilhão serão inspiradas nos primeiros 11 capítulos
do Genesis, dedicados “ao mistério das origens, à aparição do mal na história, à esperança
e aos projetos dos homens após a devastação simbolicamente representada no dilúvio”.
O
Presidente do Pontifício Conselho da Cultura, Cardeal Ravasi, destacou o objetivo
da presença da Santa Sé na Bienal:
“É o de reconstruir efetivamente um diálogo
interrompido, uma espécie de divórcio, nem sempre consensual, que se consumou entre
a arte e a fé, sobretudo no século passado. Este divórcio não foi total e absoluto,
continuaram a existir relações. Os ‘alimentos’ foram ainda passados de uma parte a
outra, e nós – na Bienal de Veneza – queremos tentar um diálogo autêntico, entre o
elemento religioso e, do outro lado, uma arte que tem uma nova gramática expressiva.
Eis, por este motivo que acreditamos que seja particularmente significativa esta experiência,
que se reconecte às grandes tradições de arte e da fé, irmãs entre elas no caminho
da cultura”
A presença da Santa Sé na Bienal também pode abrir novas oportunidades
ao mundo da arte contemporânea, explicou o Presidente da Bienal de Veneza, Professor
Paolo Baratta:
“A chegada da Santa Sé, nesta fase, pode ser muito importante,
justo porque pode contribuir de modo particular àquela atenção especial, àquela atenção
seletiva que é mais que nunca necessária diante desta positiva difusão da arte contemporânea”.
O
Pavilhão da Santa Sé, próximo ao da Argentina, propõe uma diversidade de obras. A
primeira, no percurso expositivo, é um tríptico de um artista do século XX, diz o
Diretor dos Museus Vaticanos, Prof. Antonio Paolucci:
“A nos dar as boas-vindas,
será esta obra-prima de um artista italiano do século XX, Tano festa. Um tríptico
é o ‘incipit’ da mostra que Tano Festa apresenta na Bienal veneziana de 1964,
quarto centenário da morte de Michelangelo Buonarroti. Eis aqui uma ligação com a
Capela Sistina”.
Como tema desta participação, foi escolhido o primeiro livro
da Bíblia, o Genesis. A Diretora da Coleção de Arte Contemporânea dos Museus Vaticanos,
Micol Forti, explicou:
“Três são os momentos que quisemos oferecer à reflexão,
mas também à leitura dos artistas a partir do texto bíblico: o momento da Criação,
o momento da desordem ou do caos e o momento do novo nascimento, de uma nova experiência,
de uma nova humanidade”.