2013-05-10 20:13:01

Madre Lupita, primeira santa mexicana, será canonizada no domingo


Cidade do México (RV) - A religiosa mexicana Maria Guadalupe García Zavala, conhecida como Madre Lupita, será canonizada no próximo domingo, na Praça São Pedro, no Vaticano, tornando-se a primeira santa do país.

A religiosa nasceu em Zapopan, Estado de Jalisco, em 27 de abril de 1878 no seio de uma família de classe média. Seus pais tinham uma mercearia e sempre davam alguma coisa para as pessoas, ninguém saía de mãos vazias do local. Isto acabou influenciando a pequena Maria, que desde pequena “caracterizou-se pela caridade”, disse a religiosa Rosalba Hernández, da Congregação das Servas de Santa Margarida Maria e dos Pobres, da qual Maria foi co-fundadora.

Seu conselho para as irmãs da congregação – acrescentou a religiosa – sempre foi o de “estarem com quem sofria, de chorar com quem chorava e de consolar a quem estava triste”. “Ela se santificou pelas coisas comuns que ia fazendo diariamente. Não foi alguém que teve revelações ou aparições ou grandes escritos, mas sim, foi caracterizada por sua sensibilidade e sua caridade”, explicou.

De acordo com a imagem da religiosa divulgada nesta quinta-feira pelo Episcopado mexicano, a jovem ‘bonita e simpática’ que tornou-se Madre Lupita, estava prometida em matrimônio aos 23 anos, porém decidiu consagrar-se ao serviço dos enfermos e dos pobres.

A religiosa conversou com seu Diretor espiritual, Padre Cipriano Iñiguez, confiando a ele que sentia o chamado de Deus para fundar uma congregação religiosa. E foi assim que ambos fundaram a comunidade das Servas de santa Margarida Maria.

A irmã Hernández contou que as irmãs da congregação viveram tempos muito difíceis, especialmente durante a “Guerra Cristera”, de 1926 a 1929, quando aconteceu um conflito armado entre o Governo mexicano e milícias que resistiram às políticas orientadas a limitar o poder da Igreja católica.

As irmãs tiveram que trocar seus hábitos por trajes civis para atender os soldados, que usaram como quartel o Hospital de Santa Margarita, em Guadalajara, onde foi fundada a congregação. “Os soldados buscavam os sacerdotes para matá-los, porém nossa madre foi uma mulher valente junto com as irmãs. Não abandonaram sua vocação por medo”, observou a religiosa.

Ela acrescentou que os militares submetiam as monjas a muitas restrições, porém quando se deram conta de que já não havia alimentos para sustentar os enfermos do hospital, permitiram às religiosas sair à rua para pedir esmola e buscar comida.

A Madre Lupíta arriscou sua vida ao esconder no hospital alguns sacerdotes, incluindo o Arcebispo de Guadalajara Francisco Orozco Y Jiménez.

“Por outro lado, as religiosas davam comida aos soldados perseguidores e cuidavam de suas feridas; este foi o motivo para que os soldados que estavam aquartelados próximos ao hospital não somente não molestavam as irmãs, mas acabaram defendendo-as, e também os enfermos”, explicou a religiosa.

Sob a sua direção, as Servas de Santa Margarita Maria e dos Pobres abriram 11 fundações na República Mexicana. Atualmente contam com 22 casas no México, Peru, Islândia, Grécia e Itália.

A religiosa faleceu em 24 de junho de 1963 em Guadalajara, aos 85 anos. No momento em que se soube de sua morte, uma multidão reuniu-se no hospital, porque já a consideravam santa, informou o Episcopado mexicano.

O Papa Bento XVI aprovou em dezembro do ano passado a canonização da monja, que havia sido beatificada por João Paulo II, em 2004. Ela passará a fazer parte do Catálogo dos Santos pela oração da Igreja sob o pontificado Papa Francisco. (JE)









All the contents on this site are copyrighted ©.