Cardeal Ravasi no México: "A religião celebra a vida"
Cidade do México (RV) – O Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura,
Cardeal Gianfranco Ravasi, qualificou o culto à chamada Santa Morte – que aparentemente
está se alastrando no país - é uma "blasfêmia" e uma "degeneração da religião".
Os
devotos da Santa Morte veneram a imagem de um esqueleto feminino vestido com uma túnica
e com uma foice na mão. O culto, que se acredita que já exista desde os tempos coloniais,
mistura crenças indígenas e antigos ritos pagãos com a tradição de veneração aos santos,
introduzida pelos missionários espanhóis.
“A religião celebra a vida, mas
aqui você tem a morte”, afirmou em encontro com a imprensa.
O Cardeal Ravasi
também se referiu ao fato de que o culto à Santa Morte é particularmente popular entre
membros dos cartéis de traficantes de drogas e em regiões onde são registrados episódios
de violência relacionados ao tráfico.
Durante sua visita ao país, para participar
da iniciativa ‘Pátio dos Gentios’, o cardeal afirmou que um país como o México, no
qual se estima que 70 mil pessoas tenham sido mortas em crimes relacionados ao tráfico
de drogas nos últimos seis anos, é preciso investir na educação como um válido antídoto
contra a droga.
“O crime organizado é anticultura e deve ser combatido pela
polícia e o Estado, mas principalmente com a educação e a formação de um novo modelo
de humanodade”, disse.
Não existem estimativas confiáveis sobre o número de
devotos da Santa Morte, mas estudiosos afirmam que os templos dedicados a ela têm-se
alastrado no México e nos Estados Unidos, onde o culto é popular entre os imigrantes
mexicanos.
Geralmente as funções são preparadas em altares feitos nas casas
dos devotos onde são colocadas oferendas como velas, frutas e tequila para se pedir
uma graça da Santa Morte.
Em 2012, a polícia do norte do México prendeu oito
pessoas por envolvimento com a morte de dois meninos e uma mulher em sacrifícios.
Segundo a promotoria, estes sacrifícios estavam ligados ao culto da Santa Morte. (CM)