2013-05-09 18:29:46

No domingo Papa Francisco canonizará os Mártires de Otranto e duas religiosas latino-americanas.


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidirá no próximo domingo, na Praça São Pedro, a Missa de canonização de duas religiosas latino-americanas e do Beato Antonio Primaldo e seus 800 companheiros, martirizados pelos muçulmanos do Império Turco durante sua incursão na pequena cidade italiana de Otranto, na Apulia, em 29 de julho de 1480. A Rádio Vaticano vai transmitir a cerimônia com comentários em português a partir das 4hs20min, horário brasileiro.

Antonio Primaldo é o único nome que se transmitiu dos oitocentos desconhecidos pescadores, artesãos, pastores e agricultores de Otranto, cujo sangue foi derramado pelo exército muçulmano, por serem cristãos.

Nesse dia, às primeiras horas da manhã, desde as muralhas de Otranto, se fez visível no horizonte uma frota formada por 150 embarcações com 18 mil soldados a bordo. A armada era guiada pelo Paxá Agometh, sob as ordens de Maomé II, chamado Fatih, o Conquistador, que em 1453 conquistou Bizâncio e pretendia conquistar Roma.

Em junho de 1480 Maomé II levantou o cerco de Rodi, defendida com coragem pelos seus cavalheiros, e conduziu sua frota em direção ao mar Adriático. Otranto é até hoje a cidade mais oriental da Itália, desempenhando o papel de ponte entre o Oriente e o Ocidente devido o seu porto.

Cercado, o castelo se converteu no refúgio dos habitantes. Os 400 soldados que o defendiam não demoraram em abandonar a cidade, deixando os refugiados sozinhos.

Após quinze dias de cerco, ao amanhecer de 12 de agosto, os turcos concentraram seu poder de fogo contra um dos pontos mais fracos das muralhas. Abriram uma brecha, irromperam nas ruas, massacraram todos os que viram pela frente, chegando à catedral onde havia se refugiado boa parte dos habitantes.

Derrubaram a porta e cercaram o Arcebispo Stefano, que estava com o crucifixo na mão. Ao ser intimado a não falar mais o nome de Cristo, já que desde aquele momento quem mandava era Maomé, o Prelado respondeu exortando os assaltantes à conversão. Foi decapitado.

Antonio Primaldo, alfaiate de profissão, de idade avançada, em nome de todos afirmou: "Todos acreditam em Jesus Cristo, Filho de Deus, e estamos dispostos a morrer mil vezes por Ele". Meste momento, Agometh decreta a condenação à morte de todos os 800 prisioneiros.

Na manhã seguinte, foram conduzidos com cordas no pescoço e com as mãos amarradas para trás até colina da Minerva, poucas centenas de metros fora da cidade. Todos repetiram a profissão de fé e a resposta dada anteriormente; por isso o tirano ordenou que começasse a decapitação. O primeiro foi Primaldo.

Ele provocou o ódio dos muçulmanos por se fazer apóstolo entre seus companheiros e mais ainda por, antes de inclinar a cabeça sobre a rocha, afirmar a seus companheiros que via o céu aberto e anjos e os exortava para manterem-se fortes na fé, olhando para o céu aberto para recebê-los.

Ele se inclinou, sua cabeça foi cortada, mas o corpo ficou de pé: e apesar dos esforços dos assassinos, permaneceu erguido imóvel, até que todos fossem decapitados.

Este fato teria sido uma lição para a salvação dos muçulmanos. Um só verdugo de nome Berlabei, valorosamente acreditou no milagre e, declarando-se em alta voz cristão, foi também martirizado.

Bento XVI assinou em 20 de dezembro de 2012 o decreto com o qual se reconhece um milagre graças à intercessão deste grupo de mártires.

(ACIDIGITAL- JE)








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