Jovens reafirmam luta contra violência em Seminário Nacional
Brasília (RV) - "Não à redução da maioridade penal e sim a favor da vida das
juventudes". Esse foi o grito dos mais de 150 participantes do Seminário Nacional
da Campanha contra a Violência e Extermínio de Jovens ao encerrarem o encontro realizado
no Colégio Marista de Taguatinga (DF) de 3 a 5 de maio.
"A Campanha já se estabeleceu,
mas ela precisa ter uma continuidade. Agora temos um olhar de onde a gente está e
para onde a gente vai", afirmou a jovem Elisangela Hahn da Arquidiocese de Curitiba
(PR) ao avaliar a importância do evento. Para se estabelecer os caminhos para a campanha
foram abordados seis temas centrais: juventude e extermínio; tráfico humano; violência
e uso de drogas; a não redução da maioridade penal; juventude e violência e juventude,
educação e trabalho.
Alessandra Miranda, assessora nacional de Direitos Humanos
da Caritas Brasileira, destacou os índices de extermínio de jovens no Brasil. "Os
adolescentes e jovens têm o direito da ousadia de pensar em horizontes. Da importância
de pensar na violência em todas as suas dimensões e que o extermínio de jovens aponta
um índice de cenário de guerra no Brasil. Não podemos normatizar o genocídio da juventude
empobrecida e negra nesse país. São pessoas, com histórias, famílias, sonhos. Precisamos
com inteligência assumir que temos uma política de extermínio dos empobrecidos e agir
para a superação dessa realidade."
Não só a análise e o debate sobre os rumos
da Campanha estiveram em pauta. A avaliação das ações já realizadas e das conquistas
também esteve presente. O jovem Felipe Freitas, que coordena o projeto “Juventude
Viva” do Governo Federal, afirmou que a Campanha contra a Violência e Extermínio de
Jovens foi a principal ação para pautar o tema na sociedade e motivar a criação dessa
e de outras políticas públicas.
A participação de representantes do poder público
foi acompanhada de diálogos e conversas a respeito do posicionamento da Pastoral da
Juventude contra a redução da maioridade penal. “Dizemos não por acreditar que a redução
trata o efeito e não a causa. Além disso, o sistema prisional não reinsere ninguém
na sociedade”, esclarece o jovem Gil Kairós do estado do Piauí. O posicionamento é
partilhado pela Igreja do Brasil em nota já emitida pela Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil, a CNBB.
A Campanha Nacional contra a Violência e Extermínio
de Jovens teve início no ano de 2008 em uma ação articulada das Pastorais da Juventude
do Brasil. O Seminário foi realizado pelo projeto "A Juventude Quer Viver" em parceria
com toda a PJ e parceiros. (MJ/CNBB)