Roma (RV) - Novo alarme lançado pela FAO, a Organização das Nações Unidas para
a Alimentação e a Agricultura, que chama a atenção para o drama vivido pela Somália.
De fato, o organismo com sede em Roma denuncia a morte por fome de mais de 258 mil
pessoas neste país africano, incluindo 133 mil crianças, números que se referem ao
período de outubro 2010 a abril 2011.
Falando à Rádio Vaticano, Silvio Tessari,
responsável da Cáritas Italiana para o Chifre da África, disse que a “seca que já
existia antes - dura dois anos - deve ser colocada num clima de grande violência,
e que fez com que piorasse a situação criando novos refugiados: centenas de milhares
de somalis que fugiram sobretudo para o Quênia e a Etiópia”.
Neste momento,
- continua Tessari – se pode dizer que ainda um milhão de somalis se encontram no
exterior e que pelo menos 370 mil deslocados estão em Mogadíscio, um número enorme.
O que mudou desde setembro último, quando foi eleito o presidente Hassan Sheikh Mohamud?
A situação melhorou um pouco.
Eu estou em constante contato com Dom Bertin,
que é o Administrador Apostólico da Somália, além de Bispo de Mogadíscio, - continua
o responsável da Cártias - e ele mesmo, no mês de abril, há três semanas, foi capaz
de fazer uma viagem para a Somália e que há anos que não se podia fazer, por razões
de segurança. Portanto, há uma ligeira melhora na situação, embora, naturalmente,
nem todo o País está pacificado. Mas depois de 20 anos de anarquia, não se pode melhorar
de repente. Nós temos muitas relações, muitos contactos, e as pessoas agora são bastante
optimistas sobre o futuro da Somália: foram retomadas as vacinações, a escavação de
poços ... Temos de dizer, sinceramente, que o governo actualmente no poder está fazendo
bem. Há uma pequena melhoria e também a Caritas Somália é consciente disto. (SP)