Lisboa (RV) – A Caritas Portuguesa alertou para as consequências do desemprego
no país, numa mensagem para este 1º de maio, lembrando as pessoas “atiradas” para
o “beco da exclusão social” e as “periferias da participação cidadã”. “Neste dia lembramos
os direitos fundamentais dos trabalhadores, sendo que o primeiro é o acesso ao trabalho
e à sua manutenção”, refere a organização católica para a solidariedade e a ação social,
em mensagem enviada à Agência ECCLESIA.
De acordo com os números divulgados
nesta terça-feira pelo Eurostat, a taxa de desemprego no mês de março em Portugal
permaneceu nos 17,5%. “Isto quer dizer que o acesso ao trabalho está a ser negado
a muitos cidadãos que vêm assim as suas vidas atiradas para o beco da exclusão social”,
assinala a Caritas, recordando que esta taxa “nunca foi tão elevada como é hoje”.
A mensagem fala num “sentimento de medo” que condiciona os trabalhadores e
os leva a “aceitar todas as regras e todas as imposições”. “Não podemos permitir que
isto aconteça. Não podemos permitir que ter um emprego, seja ele qual for e em que
condições, se torne uma atitude de resignação”, sustenta a Caritas.
O organismo
católico realça que a falta de emprego implica a perda de rendimentos financeiros
e também de “estatuto social” numa sociedade que mede “o sucesso em função da capacidade
de consumir e produzir riqueza”. “Não é só a falta de trabalho que retira dignidade
à vida, é a falta de horizontes e de perspectivas”, destaca a mensagem para este 1º
de maio.
Segundo a Caritas, muitos portugueses estão a enfrentar “situações
que nunca esperariam viver ou ver viver de perto” e é necessário encontrar novas respostas.
“Não podemos esperar que os programas e planos de combate ao desemprego sejam hoje
os mesmos que eram há 5 anos”, sublinham os responsáveis pela organização.
A
Caritas Portuguesa conclui a mensagem para o Dia do Trabalhador com uma manifestação
de solidariedade “a todos os que estão sem trabalho ou o têm, mas não recebem salários”,
assegurando a todos que não “cruzará os braços na procura de caminhos que levem Portugal
a ser um país de maior justiça social”. (SP-Ecclesia)