2013-04-30 15:57:35

Líder judeu: "Gestos de Francisco anunciam uma nova primavera na Igreja"


Jerusalém (RV) – O candidato ao Prêmio Nobel da Paz em edições passadas e criador da Fundação Raoul Wallenberg, Baruj Tenembaum, considera que o Papa Francisco está trazendo uma primavera para a Igreja Católica, como a que João XXIII introduziu.

Tenembaum conheceu Jorge Bergoglio antes de ele ter sido nomeado Arcebispo de Buenos Aires, pois tinham em comum a amizade do predecessor de Bergoglio, Cardeal Antonio Quarracino.

De origem judaica, Tenembaum considera, antes de tudo, que este Papa, em tão pouco tempo, já está oferecendo uma importante contribuição para o diálogo inter-religioso. "Jorge Bergoglio sempre teve uma inclinação ao diálogo inter-religioso e um grande respeito pelos valores históricos do povo judeu", afirmou.

Por isso, acrescenta, "acho que a Igreja Católica tem agora a grande sorte de ter um Papa humilde, autenticamente, que ensina com palavras e gestos, e com sua maneira de viver, com sua história, e talvez com seu sofrimento pessoal também".

Tenembaum propôs que o Papa João XXIII, Angelo Roncalli, seja reconhecido como "Justo entre as Nações" por parte de Yad Vashem, instituição criada em Israel para honrar as vítimas e os heróis do Holocausto. Roncalli, como Núncio Apostólico na Bulgária e Turquia, contribuiu para salvar a vida de numerosos judeus durante a 2ª Guerra Mundial.

O fundador de Wallenberg vê semelhanças entre Bergoglio e Roncalli. "Os dois vêm de lares humildes. Ambos avançam com ideias de paz e – por que não? – com a coragem de poder perdoar, de não pensar tanto no passado, e sim na projeção do futuro", explicou.

Tenembaum salienta que Roncalli impulsionou algo extraordinário no mundo, ao convocar o Concílio Vaticano II. “Vocês se lembram do que ele fez na fórmula de uma oração da Sexta-Feira Santa, para eliminar agressões. Passou do latim a um idioma que se entende." "Bergoglio certamente fará a mesma coisa – acrescenta. Ele é um homem que fala com simplicidade. Para ele, o importante é que as pessoas o entendam." "Ele é muito simples, muito acessível e, neste sentido, acho que se parece muito com João XXIII."

"Vimos nele gestos que anunciam uma primavera na Igreja Católica. Digo isso como judeu e como ser humano. Podemos estar contentes e comemorar o primeiro Papa latino-americano", conclui Baruj Tenembaum. (JE)









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